terça-feira, 13 de abril de 2010

Fervor Missionário


“Já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas do coração”.  2 Co. 3.2

Falar sobre missões com os Cristãos me parece o mesmo que ensinar as quatro operações matemáticas a alunos universitários. Todos deveriam já ter domínio sobre o assunto, mas há sempre os que insistem em não aprender. Não é raro encontrar em todas as denominações os fervorosos defensores da causa do Reino, aqueles que se envolvem diretamente no embate evangelístico, que se dipoem a sair aos domingos, feriados, ou mesmo no decorrer da semana, percorrendo ruas, trilhas, hospitais. Pessoas que conheceram o Mestre e agora, como Filipe (Jo 1.45), desejam apresenta-lo ao primeiro que encontrarem. Mostrar-lhe a grandeza do tesouro encontrado. Mas, até que ponto o que temos feito realmente proclama o reino de Deus? Seria esse o fervor missionário que tanto se deseja para os últimos tempos?
No que me diz respeito, vejo os olhares dos homens fixados na igreja a perguntarem: “O que vocês tem a nos oferecer?” E a resposta a esta pergunta talvez não seja tão simples como parece. Em seu livro O Jesus que eu nunca conheci (Vida, 2002), Philip Yansey conta a experiência de um amigo que trabalhava com pessoas excluídas, e um dia deparou-se com uma prostituta que estava há algum tempo alugando a filha de dois anos para pedófilos , afim de sustentar seu vício. Quando ouviu esta história, seu amigo lhe questionou o porque de não procurar ajuda, e apontou a igreja como uma dessas possibilidades. Ao que a mulher, espantada, lhe respondeu: “Igreja? Porque eu procuraria uma igreja? Eles me fariam sentir pior do que já estou.”
Afirmamos que a igreja é uma agência do Reino de Deus. Sendo assim ela deve ser o lugar para onde recorrem aqueles que o querem encontrar. Todavia, há um zelo por parte de muitos não na proclamação do evangelho, mas na luta pela afirmação da denominação, ou mesmo da auto firmação no cenário nacional. Falar do evangelho é muito mais que uma causa, é a única causa da existência da igreja. Estamos em uma sociedade que vive tempos de perplexidade, pragmatismo e ausência de padrões. Não seja nunca a igreja uma contribuinte para o aumento desta sensação.
Em tempos assim, como foram também os tempos apostólicos, muito mais que testemunhar com palavras se faz necessário faze-lo com a própria vida. Palavras voam, atitudes ficam. Palavras são levadas pelo vento, exemplos se gravam na consciência como cicatrizes.
É tempo da igreja testemunhar o evangelho, não apenas em palavras, mas em sua vida. E quando eu me refiro á igreja, estou falando dos cristãos, pois somos a igreja do Senhor, o templo do Espírito Santo.

2 comentários:

  1. Olá amigo Davi,
    Seu artigo tocou num ponto muito interessante e que, talvez, seja o ponto crucial na evangelização: "como evangelizar num mundo pós-moderno?"
    Aquela mulher ao dizer que não procuraria a Igreja para que não se sentisse ainda pior, expressa o pensamento da grande parte das pessoas atualmente.
    Muitos querem ver na Igreja apenas o que lhes seja agradável, sem questionamentos, sem acusação, sem confronto e sem mudança de vida.
    Hoje em dia, penso eu, o mundo gosta dos "princípios éticos da vida de Jesus", mas não conseguem aceitar as implicações de "seguir a Jesus".
    Diante disso fica a dificil questão: "Como evangelizar, convencendo os incrédulos de que são pecadores e que precisam mudar de vida, e ao mesmo tempo demonstrar que os amamos e não que não os rejeitamos?"
    Parabéns pelo artigo,
    Um abraço !!!

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  2. Davii...adoreii seu blog, q Deus te capacite mais e mais, e q vc venha ganhar muitas vidas pra Jesus...beijoss

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