quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Um reino divido

A Paz do Senhor amados.

Assistam este vídeo e leiam o texto do meu amigo, o Pr. Ivan Luis. Pensem sobre isso e tirem suas conclusões.

Um Abraço.




Colossenses 2:8 - Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.
Me causou  grande espanto assistir a um vídeo (youtube) onde um homem que é chamado de pastor (Universal)  entrevista uma pessoa endemoninhada e o tema da entrevista, pasmem: é a igreja Mundial e os seus pastores.

Nessa entrevista o “nobre” entrevistado e “aliado” do pastor faz confissões de que os líderes da outra igreja estão em pecado e que ele o demônio, gosta daquela igreja e detesta o lugar onde ele está sendo entrevistado.

Quanto absurdo! Homens que se dizem pregadores da Palavra de Deus se aliando ao inimigo de Deus e de nossas almas para denegrir a imagem de outra instituição demonstrando com isso uma flagrante falta de escrúpulos! Eles se esquecem de que não dá pra se aliar ao diabo e acreditar nele porque é mentiroso e o pai da mentira.

Quanto a isso o Senhor Jesus advertiu que no final dos tempos apareceriam falsos profetas realizando grandes sinais, e se possível enganariam até os escolhidos, mas infelizmente muitas pessoas de hoje em dia pensam que estão libertas em nome de Jesus e ficam reféns, presas a denominações e lideres que as alienam.
Ao povo que  segue ao Senhor, é necessário amá-Lo com entendimento e analisar bem o lugar onde estão congregando,  e quem são os seus líderes; se querem estabelecer o Reino de Deus ou o seu próprio reino, já que o próprio Jesus disse “Um Reino dividido contra si mesmo não subsiste”. (Lc.11.17)


Em Cristo,


Pr. Ivan Luiz
Ivan Luis é pastor da Igreja Família de Deus no bairro do Mandacarú em Jequié/Ba. Também apresenta o programa Jesus, Eu e Você em uma rádio local diariamente.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010


Uma pequena nota informativa.

Olá meus queridos amigos, perdoem-me pela demora em postar a continuação deste estudo, mas, como o próprio nome sugere, um estudo requer tempo e atenção. É claro que não tanto tempo, mas aí entra também a inspiração do autor, que andou meio baixa nestes dias.
Contudo, eis aí a segunda e penúltima parte deste estudo, que me enriqueceu muito e me deu a oportunidade de pensar o cristianismo por lentes menos embaçadas que as das pregações corriqueiras que tenho ouvido nestes últimos anos.

Espero que aproveitem bem. Um abraço a todos.

Introdução.

Quero iniciar este estudo lhe fazendo duas perguntas:

- Você é um Diácono?

- Você sabe o que é ser Diácono?

A maioria das pessoas de minha denominação certamente responderia que ser Diácono é ser consagrado para o primeiro estágio oficial da igreja, em uma escala crescente até chegar a Pastor. Esse entendimento é mais comum do que eu imaginava.

Mas, o diaconato não é uma função eclesiástica. A consagração dos que irão servir as mesas e distribuir as cestas básicas ou ajudar na manutenção e higiene do templo. É muito mais que isso. Abrange muitas áreas da vida cristã.

Pra começar, vamos fazer uma pequena exegese do termo, e de que forma ele se apresenta nos vários textos em que aparece.

I-    O termo diákonos.

Diácono, conforme Gingrich e Danker:

“διάκονος, ου, ο, ή—1. servo Mt 20.26; 22.13; Mc 9.35; especificamente garçom Jo 2.5, 9. Agente Rm 13.4; Gl 2.17.—2. Auxiliar, pessoa que presta serviço como cristão.—a. a serviço de Deus, Cristo ou a outro cristão 2 Co 6.4; 11.23; Ef 6.21; Cl 1.23, 25; 1 Tm 4.6.—b. em caráter oficial ou semi-oficial Rm 16.1; Fp 1.1; 1 Tm 3.8, 12. O termo técnico posterior 'diácono(isa)' deriva desse uso [diaconato] ”

Strong assim define:

“διακονος diakonos  - provavelmente do obsoleto diako (saída breve para fazer ou buscar alguma coisa, cf 1377); TDNT - 2:88,152; n m/f
 1) alguém que executa os pedidos de outro, esp. de um mestre; servo, atendente, minístro
 1a) o servo de um rei
 1b) diácono, alguém que, em virtude do ofício designado a ele pela igreja, cuida dos pobres e tem o dever de distribuir o dinheiro coletado para uso deles
 1c) garçom, alguém que serve comida e bebida” 

O diaconato era a prestação voluntária de serviço à igreja, aos presbíteros e anciãos e aos mais necessitados. Não se tratava especificamente de um cargo eclesiástico em uma escala ascendente. Era a dedicação pessoal, de forma amorosa e desinteressada em servir aos outros e contribuir para o crescimento e manutenção de uma comunidade, onde todos esperavam tratar e serem tratados de forma igual.

O serviço cristão não é uma exclusividade de alguns. Não se trata, de forma específica e inflexível, de uma chamada especial e exclusiva. Para os escritores sagrados, Diaconia é parte inseparável do viver cristão.

Vejamos, numa exegese superficial, que os autores fazem uso deste termo várias vezes e aplicando-o sempre ao viver cristão no que diz respeito ao servir. Alguns exemplos deste uso:

Mateus 20.26:

“Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva (diakonos); e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo (doulos); tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido (diakoneo), mas para servir (diakoneo) e dar a sua vida em resgate por muitos.”
*Observe que aqui Mateus utiliza o substantivo diakonos, mas quando redige as palavras de Jesus no que diz respeito ao maior ou menor, utiliza doulos. Ou seja, para Jesus, quem quiser ser o maior, deve se doar completamente ao outro, como escravo (do termo doulos).

Paulo também, ao falar de seu ministério junto aos gentios, se apresenta como diácono. Veja:

Colossenses 1.21-23.

“A vós também, que noutro tempo éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para, perante ele, vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro (diakonos).”

E usa o mesmo termo quando se refere à Tíquico, cooperador seu enviado a Éfeso, e ao próprio Timóteo:

Efésios 6.21, 22.

“Ora, para que vós também possais saber dos meus negócios e o que eu faço, Tíquico, irmão amado e fiel ministro (diakonos) do Senhor, vos informará de tudo, o qual vos enviei para o mesmo fim, para que saibais do nosso estado, e ele console os vossos corações.”

I Timóteo 4.6.

“Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro (diakonos) de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido.”

Paulo chama Jesus de “diácono da circuncisão”:

Romanos 15.8.

“Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro (diakonos) da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais; e para que os gentios glorifiquem a Deus pela sua misericórdia, como está escrito: Portanto, eu te louvarei entre os gentios e cantarei ao teu nome.”
Evidentemente, não significa que todas as vezes que o termo “ministro” aparece no texto sagrado, é a tradução de diákonos. Mas, de forma geral, traz sempre o sentido de serviço, trabalho prestado, administração de bens de terceiros. Exemplo disto é o uso que Paulo faz do termo huperetes (υπερετης), que, segundo Strong:
5257 υπερετης huperetes. De 5259 e um derivado de eresso (remar); TDNT - 8:530,1231; n m
 1c2) do pregador do evangelho
1) criado
 1a) remador de baixa categoria, remador subordinado
 1b) qualquer que serve com as mãos: criado
 1b1) no NT, dos empregados ou serventes dos magistrados como — dos empregados que executam penalidades
 1b2) dos servos de um rei, criados, acompanhantes, os soldados de um rei, dos atendentes de uma sinagoga
 1b3) de alguém que ministra ou presta serviços
 1c) alguém que ajuda outro em algum trabalho
 1c1) assistente

Sobre a possibilidade deste termo significar “remadores de baixa categoria”, o escritor Altair Germano observa:

“- huperetes. (Lc 4.40; At 13.5; At 26.16; 1 Co 4.1). Possivelmente “remador [da fileira] de baixo” (formado de hupo, “debaixo de”, e eretes, “remador”). (VINE, ibdem). Tal definição é contestada por Osborne (2009, p. 108), que afirma ser uma falácia semântica: “[…] pois segundo Louw, esse significado não se encontra na literatura grega da época do Novo Testamento. Na melhor das hipóteses, é altamente questionável.” O fato é que em todas as suas formas, os termos “ministério” e “ministro” estão relacionados ao ato de servir.”

No texto bíblico, porém, Diácono é a forma mais comum empregada ao referir-se aos serviços cristãos, incluindo, em alguns momentos, a pregação do evangelho.

II-    A Diaconia na vida cristã.

É evidente que todo cristão sabe que deve sempre estar disposto a servir. Mas, será que todos entendem o quanto isso é parte inseparável do ministério cristão?

A primeira armadilha a que muitos caem quando resolvem atender ao chamado ministerial da Diaconia (ou seja, ser um Diácono, um oficial da igreja) é pensar que, agora que foram consagrados para esta função, iniciaram uma caminha em direção a vôos mais altos. Quem sabe chagar a Pastor Presidente da Convenção Nacional!

Chamo isto de armadilha porque, assim como a arapuca armada para pegar o passarinho desavisado, uma motivação como esta esconde um futuro de prisão a uma posição ou serviço nunca desejados.

O Diácono, antes de mais nada, deve entender o processo de regeneração divina ocorrida em sua vida (justificação e santificação). Deve estar ávido por ser útil ao seu Senhor e ao seu irmão. Deve ter prazer em poder colaborar, mesmo que nas funções mais inglórias, para o crescimento do corpo de Cristo.

A diaconia não é função de uma pessoa em particular. É ministério de todo cristão.

Ser Diácono é ser servo, e isso não diz respeito exclusivamente a um grupo de homens (e mulheres), separados para ajudar na igreja. Ser servo é seguir a ordem do mestre, andando na contramão do mundo da competição selvagem.

Quero fazer uma pausa e propor uma reflexão.

Como você vê sua igreja?

Ela é como uma grande empresa em que os funcionários (obreiros) são estimulados a competir e mostrar que seus talentos são superiores aos demais, e que por isso merece uma promoção (consagração). Onde o faxineiro (diácono) é instruído que sua função é humilhante e pouco reconhecida e que deve galgar “postos” mais altos como supervisor (presbítero), gerente (sub-Pastor), até chegar à presidência da empresa (Pastor presidente ou Bispo)?

Ou é como um organismo vivo, onde cada pessoa, dentro de suas “habilidades” e dons presta serviço ao corpo de forma a garantir que todo ele funcione bem? Onde cada um trabalha dentro daquilo que o Senhor concedeu, não importando (nem existindo) se este cargo é maior ou mais importante que aquele? Onde o Diácono, a irmã que visita, o irmãozinho que evangeliza, tem tanto valor quanto o Presbítero que ensina, o Pastor que guia e preside?

O texto supracitado de Mateus 20.26, demonstra claramente que tipo de Reino Jesus veio inaugurar. Se do lado humano, no reino carnal, o maior é aquele que está em posição privilegiada e sendo servido por outros, no lado do Reino de Deus, os mais importantes são os que se doam, que se fazem como escravos (doulos) dos demais.

Há uma corrida por fama eclesiástica. Há uma disputa para ver qual “ministério” é mais poderoso. Penso que em breve as propagandas de anuncio de cultos seguirá o mesmo rumo das propagandas de lojas de eletrodomésticos: Venha para a explosão de milagres na igreja do Arcanjo Genésio, BOOM! PÁ! Aqui o fogo pega! CHUAAA!

Para com isso. Até onde vamos ter que suportar a falsificação do evangelho e a troca do tesouro no céu por promessas de nenhum valor?

Eu não quero a chave de um Iate, nem de uma mansão. Estou na igreja porque conheci aquele que tem a chave da morte e do inferno e não troco isso por nada.

Até quando vamos ter que ouvir mentiras partindo do púlpito onde a palavra que transforma deveria ter a primazia? Só falta agora usarem fogos de artifício e canhões laser no momento da pregação.

O Senhor nos chama para uma vida de serviço feliz em prol do Reino, trabalhando para o Pai e para os irmãos.

Se as igrejas não crescem como antes, não é porque os tempos mudaram e as formas de pregação devem se adequar, mas porque as prioridades são outras. As almas viraram clientes. A mensagem virou terapia. Os pastores agora são administradores. Os crentes agora são sócios. O evangelho foi reduzido à guia de crescimento financeiro e amoroso.

Mas, mesmo entre os mercadores da palavra, sobrevive uma igreja de diáconos, de servos que vão aos guetos, que pregam uma palavra genuína, que sofrem com os que sofrem, que choram as tristezas dos outros. Que amam sem esperar que sua vida vire Best Seler.

Basicamente, a diaconia na vida do cristão se aplica em atitudes como:

Hospitalidade:

Mateus 25.35.

“Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me...”

Assistência e Socorro:

Lucas 10.33-35.

“Mas um samaritano que ia de viagem chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão. E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele; E, partindo ao outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que de mais gastares eu to pagarei, quando voltar.”

Compaixão pelos perdidos:

Mateus 15.32.

“E Jesus, chamando os seus discípulos, disse: Tenho compaixão da multidão, porque já está comigo há três dias e não tem o que comer, e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho”.

•    Compaixão aqui, segundo Strong, é splagcnizomai é ser movido pelas entranhas; daí, ser movido pela compaixão; ter compaixão (pois se achava que as entranhas eram a sede do amor e da piedade)

Compaixão é um sentimento profundo que nos liga ao outro de tal maneira que somos capazes de sentir suas dores e alegrias, de nos identificar com o outro a tal ponto que tenhamos a coragem de nos dá inteiramente em prol da salvação e completude do outro. Paulo sente isso de tal forma que chega a escrever aos Coríntios, no capítulo 12 e versículo 15 dizendo:

“Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado”.

O mundo espera por uma igreja que demonstrará o amor de Cristo, servindo aos homens sem esperar nada em troca. Ajudando com ou sem câmeras gravando. Que promova a assistência aos menos abastados sem exigir sua afiliação a esta ou àquela denominação. Fazendo apenas para demonstrar um amor maior e inexplicável, como aquele que o pai revelou por nós. Assim, como filhos amados, mostremos ao mundo o amor de Deus, derramado em nossos corações.

DEMONSTRA O TEU AMOR A ALGUÉM!