quarta-feira, 11 de julho de 2012

Montes e Vales. A geografia da fé.


Costuma-se dizer que a vida é cheia de altos e baixos. Um dia você está bem, todos de sua família gozam de plena saúde e prosperidade, seus amigos estão perto e são fiéis, seu trabalho é rentoso, sua vida parece estar no eixo, girando firme e constante. O céu parece tão perto e real!

Em outro momento, porém, as coisas simplesmente desandam. A terra balança debaixo de seus pés, a desestabilidade atinge os principais setores de sua vida: família, trabalho e saúde. Os problemas familiares geram problemas de saúde que geram problemas financeiros (despesas com medicamentos, exames caros, consultas com especialistas...). A solidão é desesperadora. Essa montanha russa não é privilégio de uns, é condição comum a todos.

Mas, poderíamos dizer que isso é reflexo da vida espiritual? Que aqueles que estão em Cristo não sofrem estas oscilações nem estão sujeitos às intemperes?

Ah! Como é bom estar no monte. Estar no monte é estar pleno, alegre, satisfeito, feliz.

Monte projeta a ideia de altura, visão privilegiada, segurança, pureza, adoração.

Nos tempos antigos, as cidades eram construídas em forma de castelos muito fortificados e quase sempre em montes ou montanhas altas. Apesar de serem vistas facilmente, tinham também total visão daqueles que se aproximavam. Muitos templos foram construídos sobre altos montes, na tentativa de estar bem perto das divindades. Ainda hoje é possível conhecer as ruínas dos templos gregos construídos sobre altos montes, ou monastérios budistas construídos em locais muito altos e de difícil acesso. Na antiguidade, tanto os patriarcas como os profetas e todos os povos (servos do Deus vivo ou não), criam que ao subir os mais altos montes, estavam chegando mais perto de Deus. O próprio Deus, ao se revelar aos homens, passou a falar-lhes, em várias ocasiões, nos altos dos montes (Gn. 22.2; Ex. 3.1-4; 19.3,24; 24.1; 34.29; Dt. 34.1). Todavia, nem sempre estar no monte é sinônimo de presença de Deus. Os profetas advertem que, em Israel passou-se a utilizar o costume pagão de plantar bosques nos altos dos montes e lá oferecer sacrifícios aos deuses estranhos (I Rs. 22.44; II Rs. 23.1-14).

Estar no monte é bom, pois lá nos sentimos mais perto Deus. Mas, será que realmente estamos mais perto do Senhor quando estamos no Monte? Nem sempre.

Nos evangelhos sinóticos está a narração da transfiguração de Jesus. Lucas conta que Jesus chamou Pedro, Tiago e João em particular para subirem com ele à um alto monte para ali passarem a noite em oração. Mas, pelo que o evangelista conta, só Jesus estava orando (9.29) enquanto os demais dormiam (9.32). Estavam no monte, na companhia de Jesus, testemunhando uma aparição única em toda a Bíblia (Moisés e Elias), envoltos em uma nuvem celestial e ouvindo, de forma altissonante, a voz de Deus Pai, mas não se deram conta do que estava realmente acontecendo. Dormiam. E como aqueles que dormem, que sofrem de sonolência constante, ou que já estão esgotados, ao despertarem não entendem nada do que está acontecendo.

Estar em destaque é prazeroso. Estar nos altos é sempre confortável. Mas, algumas vezes, precisamos ser levados ao vale, e lá aprender alguma coisa. É interessante observar que, apesar de todas as benesses de se estar no monte, as coisas mais essenciais só são encontradas em abundância nos vales. Os discípulos queriam ficar no monte, mas Jesus os desperta do êxtase, e os traz de volta para baixo. Para os vales. 

Os vales não são tão atraentes porque nos tornam vulneráveis. Os antigos exércitos tinham como uma das principais estratégias fazer emboscadas em vales. Lá não há muitos caminhos, muitas saídas. Ficamos vulneráveis porque quase não é possível ver o que nos cerca, enquanto que podemos ser facilmente avistados. Estar no vale é estar indefeso.

Não gostamos de passar por situações difíceis. Não queremos adoecer. Não nos sentimos em paz desempregados, devendo, sozinhos, rejeitados, em meio à brigas, desavenças, ameaças. Não há quem ache prazer nestas coisas. Não há quem se declare feliz em tais situações. A maioria das pessoas só admite passar por tais momentos, porque entendem que eles são só momentos. Mas quando isso se prolonga, a fé é minada.

Mas, então, porque descer ao vale? O que tem lá? Será que tudo ali é desolação?

Não. De forma alguma.

No vale é onde mais se encontra vida. Nos terrenos mais baixos é onde estão as terras mais férteis e as maiores concentrações de água. Mesmo nos lugares mais secos, é possível cavar em terrenos baixos e encontrar água potável. No vale tem água. No vale tem Alimento.

A alegria, representada pelo “estar no monte”, é uma boa professora. Mas a dor do vale é Phd. Peça a alguém para se lembrar de um dia feliz de sua vida. Certamente ela pensará um pouco e trará alguns, mas sem muitas emoções. Mas, peça à mesma pessoa para lhe dizer qual foi o dia mais triste de sua vida. Ela engolirá seco e mudará a fisionomia ao se lembrar daquilo que lhe causou tal trauma. O dia alegre se apaga com outros iguais ou melhores, mas o dia da dor, nunca é apagado. Apenas administrado.

Não rejeite o vale. Lá tem coisas necessárias ao seu bom crescimento. Lá Deus também fala e se revela (Gn. 32.22-30). Lá sua alma receberá o melhor alimento. Lá você beberá a melhor água. Jó era homem justo e temente a Deus, segundo o próprio Deus. Mas, após o período mais difícil de sua vida ele declara:

- Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos. (Jó 42.5)

Apesar de ficar vulnerável, jamais estará desamparado. Deus é o mesmo; no monte ou no vale.

“Elevo os meus olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor que fez o céu (alto*) e a terra (baixo*).” Sl 121.1

*acréscimo meu.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Eu, o Pecado e o Outro.

Era uma tarde como tantas outras. Dia quente de verão, pessoas andando e falando em todo lugar. Muitas vozes. Em meio ao burburinho cotidiano, um barulho estranho quebra a rotina. Gritos, xingamentos, acusações, choro, pedidos... Tudo ao mesmo tempo. Em meio à multidão um grupo nervoso e violento arrasta uma figura desdenhada pelas ruas, aos berros:

-Prostituta! Vagabunda!
- Vai morrer! Indecente!
- Pecadora!

Aquela coisa sendo arrastada é uma mulher (ou o que sobrou de uma). Ninguém a defende.

Seus vizinhos estão ali. Calados. Ou pior, acusando. Seus amantes também. E até aqueles que gostariam de ter tido acesso aos seus prazeres, mas não conseguiram por motivos dos mais variados. O Juiz. O Sacerdote. O Levita. O Ancião. Todos queriam ter acesso ao posso de prazer representado por aquela mulher. Se Judá procurou uma mulher como aquela, que dirá sua descendência.

Por pura inveja os “Juízes de Israel”, os homens da sociedade, aqueles que representavam a ordem e os antigos e insubstituíveis preceitos de honra da sociedade judaica, convenceram os demais a arrastar a mulher até Jesus. Não. Eles não queriam uma opinião de alguém a quem julgassem digno de tal. Eles queriam coloca-lo em maus lençóis. Pôr o Mestre em uma situação que só tinha desvantagem para si.

Mas, não quero aqui contar a história mais que repetida nos cultos, pregações, estudos, músicas. Não quero falar da pecadora condenada que encontrou em Jesus sua dupla salvação: a vida imediata e a vida eterna. Gostaria de falar sobre os outros, e depois, sobre o outro.

Os outros a que me refiro são aqueles que estão ao nosso redor. Todos os outros. Paulo, repetindo Isaías diz:

- Porque todos pecaram, e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23).

Todos pecaram. Não há justos. Somos JUSTIFICADOS pela graça de Deus através de Jesus. Qual é a diferença? Ser justo é mérito próprio. Ser justificado é dependência do sacrifício de Cristo.

Todos são diferentes. Não há duas pessoas idênticas no mundo. Em nenhum tempo, jamais, houve duas pessoas idênticas. Duas córneas não são iguais. Duas digitais também não. DNA então, nunca. Mas tem uma coisa que iguala, nivela todos: O pecado. Não adianta sacrifícios, novenas, peregrinações, esmolas, orações, jejuns, correntes, campanhas. Nada apaga o pecado. Nada nos torna justos. A justificação é ação puramente Divina.

Então, o que pensavam aqueles que em meio à multidão acusavam a mulher e carregavam pedras a fim de lhe executar, dando por certo sua condenação? Eram santos? Eram bons? Eram puros? Eu sou? Você é?

Então, diante do fato de que todos somos igualmente pecadores, devemos aceitar naturalmente todo desvio de conduta ou toda atitude desordenada, certo? Errado. Não estou defendendo o pecado, estou tentando mostrar que em um julgamento entre homens, não há superiores. Ser cristão não é estar acima de todos, é estar no meio sem ser igual.

A mulher adultera tinha seu pecado exposto, mas, no meio daquela multidão, haviam muitos pecadores disfarçados. Seus disfarces caíram diante da pedrada que receberam antes de desferir as suas:

- Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra.

Jesus não disse: Ela só será apedrejada se todos estiverem em perfeição. Não. Bastava um. Um só sem pecado. Era uma multidão! Quantos podiam estar ali? 100, 200 pessoas? Ninguém sabe. O que sabemos é que absolutamente todos foram derrubados por uma pedrada certeira de Jesus.

O Senhor disse: Ide e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício (Mt 9.13a).
Amado, o outro é igual a você. O outro peca como você. O outro chora como você. O outro carece da Graça de Deus tanto quanto você.

Então, guarde a pedra para uma coisa mais importante. Use-a em algo mais edificante. Talvez sua pedra caiba certinho naquele buraco da sua casa. Talvez a pedra sirva bem para decorar um jardim. Mas, certamente, não serve para matar o outro. Não adianta. O pecado não morre com pedradas. Se assim fosse, seria necessária uma saraiva mundial, a fim de matar toda a alma vivente.

Tiremos como exemplo o Dilúvio. A Bíblia diz que Deus enviou o Dilúvio sobre a terra para que fosse extinta toda a alma vivente. Todos morreram. Todos menos uma família separada. Noé era homem justo e temente a Deus, e foi separado para dar um reinício à humanidade a partir de uma semente santa. Teoricamente, os dessedentes de Noé eram puros e santos, mas a prática mostrou outra realidade. O pecado não estava nos ímpios que morreram sob as águas, é um câncer arraigado na natureza humana. Toda natureza humana. Todos os humanos.

Olhe para o outro e entenda, ele foi alvo do maior sacrifício já feito na história da humanidade. Ele é alvo da misericórdia de Deus, e deveria ser também da sua. Não repita o exemplo do servo que, depois de ter um alta dívida perdoada, não admitiu que seu companheiro não lhe pagasse um valor irrisório (Mt. 23-35).

Vamos nos aliar para vencer o único mal verdadeiro, que não é o outro, mas o pecado que está tanto nele e em mim, como também em você.

“Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.” Gl 5.17-18.

domingo, 20 de maio de 2012

Inquietações de uma alma simples.


Estou inquieto.

Inquieto como nunca antes. Não consigo me encaixar nessa nova ordem das coisas. Não coaduno com este sistema.

Estou com saudades de um lugar onde nunca estive. Talvez seja o céu.

Pouco me atrai este mundo. Apesar de toda a sua beleza natural (ou o que ainda resta dela), de todos os lugares maravilhosos, de toda prosperidade humana, seus grandes conhecimentos, seus grandes feitos, suas incríveis descobertas... Nada me atrai. Nada parece completo.

Tudo parece tão igual!

Me sinto em um mundo tipo a Universal: Monocromático e uníssono. Como disse Salomão: Não há nada novo debaixo do céu.

Estou inquieto. Inquieto e enojado com a vulgaridade humana. Quanto pior melhor.

A deterioração dessa nossa geração é tão evidente, que mesmo uma pessoa com pouco senso crítico, mas com alguma porção mínima de moralidade se sente enojada, como eu, com as novas metas da sociedade evoluída. E a meta principal parece girar em torno de uma única coisa: Prazer. Principalmente o sexo.

Não o sexo saudável, ápice do amor profundo entre duas pessoas, que sela a união de um homem e uma mulher apaixonados, e que querem viver e conviver juntos, em um pacto eterno de companheirismo e cumplicidade. Não, este tipo de sexo saiu de moda. É feio. É uma afronta à nova estética.

Não sendo deste tipo, toda a forma de sexo é legítima (ou legitimada) e exaustivamente incutida pelos meios de comunicação. Ao mesmo tempo e hipocritamente fazem campanhas e mais campanhas contra a pedofilia e a exploração sexual infantil, mas criam ídolos infantis que agem como adultos. Bandas com músicas (se é que se pode chamar o que eles fazem de música) que exploram a sexualidade são cada vez mais convocadas para programas de grande audiência diurna, quando milhares de crianças estão assistindo e serão discretamente influenciadas a um comportamento liberal no que diz respeito ao sexo. O governo investe fortunas na distribuição de uma cartilha de incentivo a homossexualidade, propõe a colocação de máquinas de camisinha nas escolas, tem uma tendência enorme pró-aborto, e tudo isso escondida atrás de uma placa de saúde pública.
Promiscuidade é palavra extinta.

Faça sexo! Gritam eles. Seja um objeto sexual sem nenhum pudor.

Fale de sexo com seu filho, mas não lhe ensine valores antigos. Apenas lhe incentive a usar camisinha. E se sua filha tiver um namorado, incentive-a a trazê-lo para sua casa, para terem a primeira relação na cama dela (ou na sua, quem sabe). Não fale de virgindade, amor próprio, valor, temor a Deus, pureza. Pureza? Isso é um absurdo nestes tempos.

Não diga a seu filho que ele é homem e deve se comportar como tal. Não diga à sua filha que ela é uma moça e deve se comportar como tal. A nova geração é livre para escolher o que quer ser, mesmo contra a natureza.

Pobre nova geração. Quando acordar, será tarde demais.

Quero ir embora. Quero descer deste trem lotado e confuso. Em um mundo onde animais são protegidos e pessoas jogadas à própria sorte, não vejo razão para continuar a bordo.

Assisti a uma matéria há alguns dias que me deixou pasmo. Um curral velho era observado de longe por dois defensores dos “DIREITOS DOS ANIMAIS”. Quando o proprietário saiu, eles correram até o local e aí começa uma sequência de cenas que não consegui digerir.

Uma mulher chora pelos cavalos magros e mal cuidados. A polícia leva os animais e processa o dono. A polícia multa o homem em R$ 8.000,00. Os cavalos recebem comida, são examinados, medicados, recebem carinho e finalmente são levados para um “paraíso” bancado por um famoso.

E O HOMEM?

Continuou no barraco ao lado da estrada. Sozinho.

Mas isso não importa. Quem liga para um homem velho ao lado da estrada? O importante é que os cavalos estão bem.

Os cavalos encontraram uma pessoa para chorar por eles. Talvez um dia o homem encontre também.

Eu quero descer!

Não quero continuar em mundo onde:

Ser justo é pecado;
Ser hetero é crime;
Ser honesto é idiotice;
Ser cristão é moda;
Ser sóbrio é otarice;
Ser virgem é blasfêmia;
Ser verdadeiro é inadequado;
Respeitar é fraqueza;
Crer é absurdo.

Eu, como E.T. assumido, não me encaixo neste sistema terreno. Sou peregrino. Sou sempre forasteiro.

Falam de paz, mas glorificam a guerra, o terror e a violência nas mídias de massa diariamente.
Os romanos eram bárbaros? Gengis Khan era uma besta selvagem? E nós, o que somos?
Os novos “heróis” são brutamontes de orelhas deformadas que recebem grandes prêmios para espancar o adversário e depois, com olhos quase fechados e sangue por todo corpo se saúdam e se parabenizam como se isso fosse minimizar a violência que protagonizaram. Tudo isso diante de milhões de pessoas em todo o mundo. Uma plateia que em nada se difere dos romanos que assistiam aos combates entre os gladiadores.

Nossa geração caberia direitinho na política Cesariana do “Pão e circo”. Tendo comida e diversão, vão pra onde os poderosos quiserem. Admiram as mansões e se ocupam com a vida privada dos tele ídolos, para não verem (ou se eximirem de responsabilidade) os desmandos dos administradores públicos. São capazes de lembrar os horários da TV, das novelas, mas se esquecem facilmente em quem votaram nas últimas eleições.

Em nosso caso, especificamente, ouvem tudo que dizem que a Bíblia diz, mas, em sua maioria, são incapazes de ler a Palavra e conhecer seus ensinos.

Em um mundo que se dirige rapidamente para o abismo, melhor seria estar fora dele para não sofrer os danos do acidente que se aproxima. Afinal, o que esperar de um trem desgovernado rumo ao abismo?

Pobre humanidade! Tola, confusa e soberba.

Mas, contra todas as possibilidades, ainda creio. Não no homem. Não na capacidade ou bondade humana. Creio que há um Deus no Céu, que por pura misericórdia nos tirará dessa confusão e nos levará ao melhor lugar – Sua presença.

“Eu sei que o meu redentor vive, e que, por fim, se levantará sobre a terra”. Jó 19.25.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Boas Novas ou Novidades?

Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Romanos 1:16



Em nosso tempo a maior preocupação daqueles que trabalham com o mercado é suprir a necessidade de coisas novas todos os dias. O novo atrai público, o público traz dinheiro e o dinheiro é o que move e motiva as empresas de marketing, as indústrias, o comércio e por fim faz girar a ciranda da economia mundial. A novidade é o melhor argumento para convencer o consumidor a trocar o produto que tem em casa em perfeita condição de uso, por entender que ele é obsoleto (mesmo sendo um lançamento com menos de seis meses). A capacidade de criação do homem tem sido levada ao extremo e aqueles que trabalham com criação são pressionados a trazer à realidade algo tão novo quanto revolucionário, e eu já me pergunto se será possível daqui a alguns anos termos algo realmente novo.

As pesquisas ajudam a entender melhor as coisas que já conhecemos ou dar uma visão completamente nova sobre um assunto que achávamos que eram de nosso domínio. O novo sempre vem para substituir ou, no mínimo, repaginar o velho.

Mas, será que tudo que conhecemos precisa ser repaginado? Será que os novos conhecimentos são capazes de mudar tudo que está estabelecido? Até que ponto o novo é bom?

Com a busca enérgica pelo novo, as coisas de ontem parecem tão velhas quanto as de séculos atrás.

Pude notar isso em um documentário que assisti na TV ESCOLA sobre a história da comunicação. Fiquei surpreso em ver o frenesi das pessoas ao conhecerem a mais “moderna” das invenções: O Telégrafo. Grandes potências mundiais correram para dominar aquela tecnologia de ponta. Esforços herculanos foram aplicados para atravessar cabos gigantescos através dos mares, de um lado ao outro dos oceanos. Porque aquela era a maior invenção de todos os tempos. E hoje? Hoje as coisas são tão rapidamente substituídas por outras mais eficientes ou luxuosas que logo são consideradas peças de museu.

E o Evangelho? Será que ele está fadado a se tornar peça de um museu? Por que minha pergunta? Vamos lá.

Desde a criação a questão central da Bíblia é o relacionamento do Deus Todo Poderoso com sua mais querida criação: o homem. Quando a comunhão do homem com Deus é quebrada, entra em cena pela primeira vez na história o pecado. Dai em diante todo esforço Divino é para restabelecer a pureza no homem com o propósito de trazê-lo outra vez à companhia do Pai. O arrependimento e o perdão dos pecados são o assunto principal de toda a Bíblia. Todos os demais assuntos são periféricos ou consequentes destes. A adoração, a santificação, a oferta, os milagres, tudo está relacionado diretamente com o centro da Bíblia: A cruz de Cristo.

Então eu pergunto: Por que este não é mais o assunto principal nas pregações, nos cânticos, nas reuniões oficiais? Por que os pecadores não são mais confrontados com sua situação miserável diante de Deus? Por que a volta de Jesus (independente da linha teológica seguida) não faz mais parte da homilia diária da igreja?

Não sou saudosista (nem tenho idade para isto), mas é obvio que as novidades estão deixando de ser adereços e passando ao status de primordial. Se antes a arte, as luzes, os encontros descontraídos, as reuniões sociais, eram acessórios para um culto voltado à adoração e exaltação do Nome do Senhor, hoje são o assunto principal.

A ordem é deixar os visitantes bem à vontade. Tão à vontade que não se sentem constrangidos a mudarem de vida, a se arrependerem.

O evangelho atrativo, na verdade, não é mais evangelho. É um embuste.

O milagre é o centro. O importante é sair com a benção. O essencial é receber a palavra profética. O objetivo é ter promessa de prosperidade.

Está proibida toda e qualquer citação à morte, pecado, transgressão, arrependimento, condenação, juízo, ira de Deus, fim, salvação, e de maneira alguma deve ser citada a palavra inferno.

Em que estão transformando a obra expiatória de Cristo? Em roteiro de filme para Hollywood? Em uma história coadjuvante a um grande romance baseado na bondade do homem?

Me desculpem, mas se o assunto das igrejas não é mais Cristo e sua obra expiatória, pra que então elas existem? Para servir de pequeno império para homens presunçosos, gananciosos, soberbos? Para facilitar o acúmulo de bens e fortunas sem ser incomodado pela Receita Federal?

Oh raça de víboras! Lobos revestidos de ovelhas! Ladrões de templos! Assassinos de jaleco. Até quando vocês acham que perdurará esta festa de impiedade, mentira, corrupção e ganancia?

Me perdoem meus amados irmãos e amigos que seguem este blog ou que o leem com frequência, mas para tudo tem limite e as coisas que estão sendo expostas pela mídia, as novidades que todos os dias sou obrigado a ver e ouvir nos cultos, palestras, e na rede tem me causado ojeriza. Não conheço este evangelho dos meios de comunicação e dos púlpitos da moda.

Como diz o título de um excelente blog:

- VOLTEMOS AO EVANGELHO!

As Boas Novas ainda são pertinentes. Ou alguém poderia dizer que as palavras do Criador não mais interessam neste século?

Eu creio que a transformação integral do homem, através do Evangelho de Jesus, é a solução para o mundo. Mas só quando ele é pregado de forma íntegra pode mudar as pessoas. A mudança começa no encontro pessoal com Cristo, no arrependimento sincero, no perdão restaurador, na santificação gloriosa e na aquisição da esperança da vida eterna.

E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perde-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida a salvará. Porque, que aproveita ao homem grajear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?
Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória na do Pai de os santos anjos”.  Lucas  9.23-26

Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães. Romanos 1:30

Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos. 2 Timóteo 3:2

Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus. 2 Timóteo 3:4 

Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros. Gálatas 5:26 

 * Para quem talvez não tenha entendido o porque da imagem de um eclipse, eu explico. Todas estas novidades, inovações, tentativas de tornar a palavra mais "atraente" são um mero eclipse. A lua, por um momento pode até tentar impedir que a luz do sol chegue aos homens, mas é inútil pois no fim, o Sol voltará a brilhar com tanta força quanto antes e ofuscará os olhos daqueles que amaram as trevas.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Perdão: Se quero ser filho de Deus, preciso aprender a liberá-lo.


 Às vezes entendo porque Paulo disse:

“O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, pois lhe parecem loucura, e não pode entende-las, porque elas se discernem espiritualmente”. ICo. 2.14

Certamente, em algum momento de sua vida, você leu algum texto bíblico e imaginou:

-Ah! Mas, isso é só uma teoria, ou uma utopia. É o ideal, não é real ou alcançável.

Pois bem, sinto informar que toda teoria bíblica foi comprovada em campo, na prática. Isso, todavia, não torna as coisas mais fáceis, pelo contrário, saber que é possível viver uma dimensão superior de vida, sem mentiras, desejos carnais, má inclinação, lábios impuros, cria em muitos uma frustração pois não conseguem viver tão elevada norma moral.

Acalme-se, Paulo sofreu isto também e seu consolo veio do próprio Jesus, informando ao desesperado apóstolo que Sua graça lhe era suficiente, pois esta se aperfeiçoava em suas fraquezas. E não só nas dele, mas nas nossas também. Todavia, os conceitos bíblicos continuam muito mais altos que os nossos, e os padrões de santidade e pureza criados por Deus são bem mais altos que nossa curtíssima visão pode enxergar.

Assim, certos conceitos Bíblicos parecem absurdos e nos colocam em uma situação vexatória muitas vezes. Em alguns momentos, as palavras de Jesus, suas doutrinas, nos põem em xeque e então nos vemos constrangidos a negar aquilo que há de mais natural em nós – nossos instintos. Parece realmente ser loucura. Afinal, ninguém ousaria ensinar ao Leão a não mais atacar antílopes. Isso faz parte de seu instinto de sobrevivência.

Os homens também tem alguns instintos que, ou são demasiadamente exercitados, ou são controlados. A auto defesa para preservar sua sobrevivência é um destes. Ela é inata, não dependendo de pré-disposição, apenas dispara em qualquer situação de risco mortal. Mas, há alguns que não deveriam estar em nós. Foram adquiridos na queda, fazem parte hoje de nossa natureza decaída e pervertida. Um deles se mostra muito forte em nossa sociedade desde tempos incalculáveis. A vingança.

Vejamos algumas frases bem conhecidas em nossa sociedade e que revelam este sentimento:
- Aqui se faz, aqui se paga.
- Um dia da caça, outro do caçador.
- A vingança é um prato que se come frio.
- O mundo dá voltas.
- Olho por olho, dente por dente.
- Quem ri por último ri melhor.

Ah! E uma muito querida dos crentes ultimamente:
-Vai sentar na plateia pra me ver no palco.

Eu sei que a lista poderia ser muito maior, mas estas bastam para demonstrar minha ideia aqui.
Gostamos de vingança. Prova disto está no sucesso dos filmes, novelas, e até dos heróis das histórias em quadrinhos. Batmam é conhecido como o cavaleiro da noite, sua ação é motivada pelo sentimento de vingança contra o crime, por ter perdido seu pai num assalto brutal. O personagem do filme O Dólar Furado, não descansa enquanto não mata aqueles que julga serem responsáveis por seus problemas. Nas novelas e filmes, a maioria dos heróis são pessoas injustiçadas que durante boa parte da trama sofre muito e motiva os telespectadores a desejarem um fim bem trágico para seus algozes, o que quase sempre acontece na conclusão do filme. Uma das cenas mais vistas em todos os tempos bateu recordes de audiência no horário nobre da Rede Globo, isso porque transmitiu a surra que a “mocinha” deu na “vilã”. Uma cena de novela que já está quase completando três anos, e mesmo assim, tem quase 200 mil acessos no YouTube. Observe isto: DUZENTAS MIL PESSOAS pararam por pouco mais de cinco minutos para ver uma mulher espancar outra, pelo simples prazer de assistir uma vingança.

É bom que se entenda, uma coisa é justiça outra bem diferente é vingança.

O ódio é um vírus mais resistente que o da AIDS. Infecta um homem ou uma comunidade e é capaz de se perpetuar por gerações, veja, por exemplo, a rixa que se prolonga por milênios entre Judeus e Palestinos, há décadas - como Norte e Sul-Coreanos, ou Indianos e Paquistaneses. Nossa humanidade nasce, cresce, se reproduz e morre respirando o ar viciado da recompensa ao agravo, da vingança. Do ódio.

Então Jesus aparece na palestina, em meio ao ódio que os Judeus nutrem pelos Romanos, Samaritanos e povos Árabes e solta uma bomba na cabeça deles (incluindo seus próprios discípulos):
Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.

Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus. Mateus 5:43-48

De que natureza somos? Esta é a pergunta que me vem à mente quando leio este texto, porque Jesus confronta o que pensamos sobre Deus com o que Deus espera de nós... Como filhos.

Se somos homens naturais, levados por nossas paixões e instintos, obviamente não estamos incluídos entre os nascidos de novo, entre os gerados outra vez, entre os Filhos de Deus, pois estes, não agem mais naturalmente, não seguem seu coração, antes são guiados pelo Espírito de Deus.

Mas, será que o que Jesus está querendo não é demais para pessoas de carne e osso como nós? A questão não é se somos capazes de viver esta dimensão de vida que Deus propõe para nós, mas se queremos vive-la.

Jesus, como homem, perdoa seus algozes na cruz, pedindo ao Pai que não lhes atribua o mal que estão fazendo. Estevão usa as mesmas palavras do seu mestre para se dirigir ao Pai em prol de seus irmãos que agora lhe atiram pedras para o matar. Cristãos russos, após um longo período de mortes, perseguições, separações, torturas e prisões por causa de sua fé, se viram dentro da sede da KGB, em um ato de conciliação, perdoando aqueles que um dia foram a causa de suas perdas, dores e amarguras, simplesmente por amarem a Jesus.

Perdoar não é um ato natural. Dói. É um exercício de esforço colossal para ir na direção contrária aos nossos desejos instintivos de vingança, de dar a merecida paga aos que nos feriram ou ofenderam. E se você acha doloroso perdoar e só o faz, muitas vezes, por ser constrangido pelo Espírito de Deus, saiba que Jesus complica ainda mais as coisas. Não basta perdoar os ofensores, é preciso ser perfeito como o Pai que está no céu, e isso significa ir em busca do ofensor e se reconciliar com ele. Compare os dois textos a seguir:

Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência, entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais.
Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus.
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Ef. 2.1-9.

Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e, Quem matar será réu de juízo.
Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno.
Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele; para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda, e sejas lançado na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil. Mt. 5.21-26.


Aos Efésios Paulo ensina que fomos reconciliados com Deus, e isto aconteceu quando Ele, sendo ofendido, faz a reconciliação no sangue de seu próprio filho quando ainda éramos pecadores, mortos em nossos pecados. O perdão de Deus vem antes da ofensa. Precede o arrependimento. O que então, o Senhor espera de nós?

No Evangelho de Mateus, em seu capítulo 18, Jesus mais uma vez está ensinando sobre o valor do perdão. Pedro, que conhecia a tradição rabínica que propunha a liberação do perdão a um irmão até três vezes, sendo digno de juízo na quarta, parece tentar mostrar que é um pouco mais misericordioso que os rabinos, questionando a Jesus se o perdão a um irmão ofensor deveria ser igual a sete ao dia. A resposta de Jesus constrange até os mais “bonzinhos” de seus seguidores.

-Não sete, mas setenta vezes sete.

Jesus deixa claro para nós que não é uma prova de bondade ou santa misericórdia de nossa parte perdoar o semelhante. Deus perdoou todas as nossas ofensas, e continua a fazê-lo todos os dias. Ninguém perdoa tanto quanto Deus, logo, ninguém tem o direito de reter o perdão, seja a quem for, pelo motivo que for.

Você talvez queira me questionar:

-Tá bom! Você diz estas coisas, mas, será que você vive isso? Você que escreve e ensina, teria coragem de perdoar o estuprador de sua filha, o assassino de sua mãe ou o traficante que transformou seu filho em um dejeto humano?

Sinceramente... Não sei.

Quando escrevo, reflito sobre padrões que, como já disse antes, são muito mais altos que os meus. Mas, se quero ser chamado filho de Deus, terei de me esforçar nesta direção porque é a única que conduz à vida. Independente de minhas inclinações racionais, ser guiado pelo Espírito significa mortificar meus desejos e ter a vida de Cristo em mim.

Não escrevo baseado no que eu acho, ou no que consigo fazer. A verdade é verdade independente de que eu acredite ou não, obedeça ou não, viva conforme ela ou não.

O perdão tem importância tão séria na Bíblia, que dele depende nossa comunhão com Deus. O segundo texto fala de uma pessoa que veio trazer a oferta à igreja mas, ao chegar ao altar, foi lembrado pelo Espírito de Deus que tinha uma coisa errada – um irmão estava ofendido e era preciso uma reconciliação. Aí, o sujeito tem duas opções:

1-    Voltar atrás, se reconciliar com seu irmão e então vir em paz apresentar sua oferta;
2-    Ou, tapar os ouvidos à voz de Deus, insistir no ato de ofertar, e voltar para casa mais pecador do que quando entrou no templo.

Além de não receber minha oferta, o Senhor não ouve minha oração, e provavelmente não ouvirá também a oração do irmão ofensor, a menos que também ele se arrependa e se reconcilie. A mais popular oração da Bíblia, tem uma sentença não tão popular:

- Perdoa nossas ofensas, assim como perdoamos os nossos ofensores.

Ou, em outra versão:
- Perdoa nossas dívidas assim como perdoamos os nossos devedores.

Ninguém tinha maior dívida a perdoar do que o Pai Celestial. Sendo assim, não aceita em sua presença qualquer um que, tendo sido perdoado, não seja capaz de perdoar. Exemplo disto está na história que Jesus conta a respeito do Rei que, tendo um súdito que lhe deve muito, o chama e cobra, ameaçando vender seus filhos caso não recebesse. Mas, o homem, humilha-se diante do Rei a ponto deste lhe perdoar completamente. Mas, o sujeito parece não ter aprendido com o exemplo do Soberano. Ao sair da sala, encontra um homem que lhe deve um valor irrisório se comparado ao montante que ele devia ao Rei. Ao invés de usar da mesma misericórdia da qual desfrutou há poucos instantes, prefere ameaçar, espancar e prender seu companheiro.

Não seja o caso de que nós, tendo sido alvos de tamanha graça e misericórdia, agora não sejamos capazes de perdoar faltas incalculavelmente menores.

Como alguém já disse certa vez, perdoar é libertar um prisioneiro e depois descobrir que o prisioneiro era você.

Perdoe. Não importa o agravo, o caminho mais curto para viver em paz outra vez é liberar o perdão e reconciliar-se.

Para que sejamos filhos de Deus.