segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Há algum sentido para a História? (PARTE III)

Chegamos ao final do nosso estudo, nos estudos anteriores argumentamos que a História possui sentido, pois a História começa em Deus e a História está sob o controle de Deus. Agora finalizamos nossa argumentação em busca de responder à seguinte pergunta: Há algum sentido para a História? Respondemos que SIM, pois:


A História terminará segundo a vontade de Deus

A história terá um fim e esse fim quem dará é Deus. O cristianismo não advoga a idéia de uma história cíclica, um tipo de história que não caminha para um final, um término, uma consumação. Segundo a Bíblia Deus está conduzindo os acontecimentos históricos em direção a uma redenção e consumação final. Paulo escreve em Romanos 8.19 “A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus”. João descreve a derrota final dos poderes das trevas, ele diz que Satanás após ser solto seduzirá as nações de todo mundo, a fim de reuni-las para a peleja, todavia cairá fogo do céu para consumir os homens e o diabo depois será lançado no lago de fogo, onde já estão o anticristo e o falso profeta e serão atormentados de dia e de noite pelos séculos dos séculos.

Depois João descreve o dia do grande julgamento de Deus. O apóstolo relata que todos os mortos, os grandes e os pequenos, estarão diante do trono e serão julgados conforme as suas obras. A morte e o inferno serão lançados no lago de fogo. E todo aquele que não foi achado no livro da vida será lançado no lago de fogo.

No capítulo 21 a atenção do apóstolo se volta para os eleitos de Deus, para os santos, os justificados em Cristo Jesus. 

“Ele diz vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. [...] Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida. O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho”.

Talvez hoje não entendemos a direção que Deus está dando à nossa história, talvez o que estamos vendo hoje é adversidades, reveses, problemas familiares, financeiro-econômico, enfermidades, etc., todavia, a Bíblia nos convida a confirmarmos em Deus, pois Ele está conduzindo os eventos históricos, inclusive a nossa história particular, para um fim glorioso e magnífico.

Devemos está otimistas e confiantes com relação ao desenrolar dos acontecimentos históricos, pois Deus é o Autor da história, Ele é aquele que possui o controle total e pleno de toda a história, é Ele quem determina o fim, e não as circunstâncias, os homens, nem muito menos Satanás. O nosso Senhor Jesus Cristo está assentado no trono do universo e segundo o beneplácito da sua vontade a história será consumada.

Por Daniel Novais, dirigente da C.B.B. – Congregação Batista Betel desde 2008, bacharel em Teologia pela F.B.B. – Faculdade Batista Brasileira; casado com Rita Alves.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Há Algum Sentido para a História? (Parte II)

Uma abordagem sobre as mensagens de João em Apocalipse.

Na parte I desse estudo argumentamos que a História possui sentido, pois a História começa em Deus, ou seja, ela foi criada por Deus; Deus é o seu Autor absoluto, e somente Cristo foi achado digno de dar sentido à história da humanidade.

Agora iniciaremos a segunda parte desse estudo tentando responder à seguinte pergunta: Há algum sentido para a História? Respondemos que SIM, pois ...

A História está sob o controle de Deus

No capítulo 6 João narra a abertura dos selos por Jesus, e o quadro que João pinta é de perseguição, tribulação e muito sofrimento. A igreja será perseguida, vilipendiada, surrada, mas Deus continua no centro do universo reinando e os seus planos não serão frustrados.

João fala de quatro cavalos e seus cavaleiros. Quem são esses cavalos e seus cavaleiros?  
(1) O cavalo branco – segundo Hernandes Dias Lopes, citando William Hendriksen e Martyn Lloyd-Jones, o cavalo branco e seu cavaleiro representam Cristo. Sempre que Cristo aparece, Satanás de agita e assim as provas para os filhos de Deus são iminentes.




(2) O cavalo vermelho – segundo Hernandes Dias Lopes, “esse cavaleiro do cavalo vermelho representa a perseguição do povo de Deus ao longo dos séculos. William Hendriksen diz que o cavalo vermelho se refere à perseguição religiosa contra os filhos de Deus mais que à guerra entre nações.” O futuro será um período de guerras e rumores de guerras, de conflitos e perseguição até à morte. Perseguição pelos judeus, pelos romanos, pela inquisição, perseguição na pré-reforma, perseguição na pós-reforma. Perseguição no nazismo, no fascismo e comunismo. Perseguições atuais.

(3) O cavalo preto – segundo Hernandes Dias Lopes “esse cavalo preto representa fome, pobreza, opressão e exploração. Há trigo, mas o preço está muito alto. Um homem precisará trabalhar um dia inteiro para comprar um litro de trigo. Normalmente ele compraria 12 litros pelo mesmo preço. Esse cavalo fala do empobrecimento da população. Só pode alimentar a família com cevada, o cereal dado aos animais. A pobreza não atinge a todos. O azeite e o vinho, produtos que descrevem vida regalada, não são danificados. Enquanto uns morrem de fome, outros morrem de abastança. Essa pobreza virá também pelo fato dos crentes não fazerem concessões, não aceitarem a marca da besta e não poderem comprar nem vender. No capítulo 13.17 diz que o falso profeta exigirá a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a colocarem um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém pudesse comprar ou vender se não tivesse o sinal, ou seja, o nome da besta ou o número do seu nome; os fiéis preferirão a morte à apostasia.

(4) O cavalo amarelo - a morte usa quatro instrumentos para sacrificar suas vitimas: a espada: uma espada cumprida usada na guerra. Aqui trata-se de morte provocada pela guerra. A fome: a fome é subproduto da guerra, cidades sitiadas, falta de transporte com alimentos. Pestilência: as pragas, as pestilências crescem com a pobreza, a fome, as guerras. As bestas feras da terra: despedaçam e devoram tudo o que encontram. A população mundial atualmente é de 6 bilhões de pessoas, se esse fato estivesse acontecendo hoje, aproximadamente 1,5 bilhões de pessoas morreriam ou pela guerra, ou pela fome, ou por epidemias ou pelos animais silvestres.

João ainda vê um personagem macabro e perverso que terá domínio, poder e autoridade sobre todo o mundo; em Apocalipse João o chama de “a primeira Besta”, mas a Bíblia também o apresenta como o anticristo.

O profeta Daniel, 600 anos antes de Cristo, pintou o quadro do anticristo dizendo que ele proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo. O apóstolo Paulo descreve o anticristo como aquele que se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de adoração, a ponto de se assentar no santuário de Deus, apresentando-se como Deus; a vinda desse ímpio se dá por meio da força de Satanás com todo poder, sinais e falsos milagres [...]. O apóstolo João escreve que foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome e autoridade para agir 42 meses; Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse.

Muitos cristãos selarão sua fé com o próprio sangue; haverá muitos mártires. O profeta Daniel diz que os “santos lhe serão entregues por um tempo, dois tempos e metade um tempo”; já João informa que ele terá autoridade para agir por “42 meses”, ou seja, segundo os melhores comentaristas bíblicos, tanto Daniel como João estão falando do mesmo período histórico: os três anos e meio finais da Septuagésima semana profetizada por Daniel (Dn. 9). João relata a abertura do quinto selo e diz que viu debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram em grande voz dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? [...] e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iram ser mortos como igualmente eles foram. João contempla uma multidão que não se podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas em pé diante do trono e do Cordeiro e com palmas nas mãos clamavam em alta voz: “Ao nosso Deus que está assentado no trono e ao Cordeiro, pertence a salvação. Então um dos 24 anciãos pergunta a João: “Quem são estes e da onde vieram?”, então João responde: “Senhor tu o sabes.” Então o ancião diz “[...] são estes os que vem da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário. Essas pessoas que vieram da Grande Tribulação “lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro”, essa linguagem utilizada por João significa que essas pessoas creram em Jesus Cristo, ou seja, essas pessoas fazem parte da Igreja triunfante, da Igreja invisível. Todos aqueles que não se conformarem à política do anticristo perderá a sua vida. O mundo estará vivendo em um caos, guerras, fome, exploração, mortandades, um verdadeiro colapso, a Igreja cristã sofrerá perseguição e martírios.

Mesmo assim a Bíblia afirma categoricamente que Deus está no controle da História; Ele está assentado no trono do Universo e nenhum minúsculo átomo ou partícula se move sem a sua permissão ou vontade; no mundo de Deus não existe sorte, nem azar, não existe acaso, não existem imprevistos, a História não está à deriva, Ele dá a direção à História de acordo com a sua maravilhosa vontade.

A Bíblia diz que, no tempo determinado, Deus tirará o domínio do anticristo e “o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão”. Paulo escreve dizendo que “Jesus matará o iníquo com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda”. João vê o céu aberto e um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro, os seus olhos são chama de fogo, na sua cabeça há muitos diademas, está vestido de um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama Verbo de Deus, tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: Rei dos reis e Senhor dos senhores e seguiam-no os exércitos que estão no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro; então a besta e os reis da terra se congregaram para pelejarem contra Cristo e o seu exército, então a besta é aprisionada e junto com ela o falso profeta e juntos lançados vivos no lago de fogo e os demais mortos e Satanás aprisionado por mil anos.

Nós cristão não precisamos ficar ansiosos e temerosos com relação ao futuro da História, pois a Bíblia nos ensina que Deus está no controle absoluto da História; Faço minhas as palavras de Jesus: 
“Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai. E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados. Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais”. (Mt. 11.29-31).
Por Daniel Novaes

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Há algum sentido para a história? (Parte I)

Quando nós assistimos na TV tanto sofrimento, criminalidade, insegurança, corrupção, doenças incuráveis e tantos outros males da sociedade moderna uma pergunta pode surgir em nossa mente: Qual o sentido da história, por que estamos aqui? Da onde nós viemos e para onde iremos?

Existem duas visões humanistas da história: (1) A visão cíclica dos antigos gregos. A história não se move para uma meta. Não há esperança, não redenção. O que é, é o que foi, e o que foi, será. Não há uma consumação. (2) A visão do existencialismo ateu. A história é uma sucessão de fatos sem significado. Thomas More em seu livro Utopia antevê um tempo na terra em que o homem construiria um paraíso por suas próprias mãos. A brisa do otimismo chegou a soprar. Mas no século XX, assistimos duas sangrentas guerras mundiais e o otimismo humanista se desvaneceu. Há algum sentido para a história? Essa resposta encontra-se no livro escatológico do Apocalipse, e dividimos em três capítulos.

Nesse primeiro capítulo vamos tentar demonstrar que a resposta para o tema supra citado é SIM, pois ....

A História começa em Deus

O autor da História é Deus e não o homem. Não são os historiados que decifram os mistérios da História. Não são os filósofos que interpretam os segredos da História. Somente Deus pode dar sentido a História, porque ele é o criador da própria História.

No capítulo 4 do livro apocalíptico, o apóstolo João tem uma visão magnífica de Deus. Para João Deus possui o livro da História em sua mão. Ele o vê assentado sobre um trono no céu, e à volta do trono ele contempla 24 tronos, e assentados sobre eles 24 anciãos com coroas de ouro em suas cabeças, e prostrando-se diante daquele que está assentado sobre o trono declaravam:
“Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas”
João também vê quatro seres viventes com seis asas cada um, declarando “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, todo-poderoso, aquele que era, que é e que há de vir”. Depois disso João vê na mão direita daquele que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com 7 selos. De acordo com o comentarista George Ladd:
“A identificação mais fácil do rolo de João é que ele contem a profecia dos acontecimentos finais, incluindo a salvação do povo de Deus e o julgamento dos maus. Ela é o plano redentor de Deus para o desfecho da história humana, a derrota do mal e a reunião do povo redimido para gozar da benção do reino divino”
Então, um anjo no céu vocifera bem alto “quem é digno de abrir o livro e desatar-lhe os selos?”. João informa que nem no céu, nem na terra e nem debaixo da terra achou-se alguém digno para abrir o livro e desatar-lhe os sete selos, nem mesmo eles eram dignos de olhar para o livro; então o apóstolo começa chorar profundamente por isso. O choro de João é o nosso choro, o seu lamento é o nosso lamento, as suas lágrimas refletem as nossas lágrimas diante da incapacidade humana de dar propósito à sua própria existência, diante da impossibilidade de alguma criatura dar sentido à sua história particular ou de outrem; nem mesmo Miguel ou Gabriel, nem quaisquer um dos santos que estão na glória é capaz de dar sentido à história; ninguém na terra, nenhuma autoridade política, nenhum cientista, nenhum filósofo é capaz de dar sentido à história humana; nem mesmo Satanás ou quaisquer dos anjos caídos tem poder sobre a história; todavia, um dos 24 anciãos vira-se para João e diz: “não chores, pois o Leão de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos”. Então João observa no meio do trono e dos quatro seres viventes e dos 24 anciãos, um cordeiro como tendo sido morto. Ele possuía sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda terra. Então, o cordeiro veio e tomou o livro da mão direita daquele que estava assentado no trono. Dessa forma, o apóstolo do amor ensina que somente Cristo pode dar sentido à História humana, por duas razões simples: Em primeiro lugar: Jesus é Deus. João vê que o cordeiro possui sete chifres, sete olhos que são os Espíritos de Deus enviados por toda terra, segundo o comentarista Hernandes Dias Lopes, isso significa que Jesus possui, respectivamente, o perfeito poder, o perfeito conhecimento e a perfeita presença, em outras palavras, Ele é Onipotente, Onisciente e Onipresente. Somente Cristo pode dar sentido à História humana porque ele é Deus, ele é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o Primeiro e o Último; Ele é o Maravilhoso, o Conselheiro, o Deus Forte, Pai da Eternidade e o Príncipe da Paz; ele é a raiz de Davi, a geração de Jessé, a Estrela da Manhã; Ele é o Criador da História e todas as coisas foram feitas por meio d’Ele e nada do que existe sem ele seria feito; Ele é o resplendor da glória e a expressão exata do Ser de Deus, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, somente Jesus pode dar sentido à nossa história. Em segundo lugar: Jesus venceu na cruz. Ele só é o Leão da tribo de Judá, porque antes foi o cordeiro de Deus; na cruz os planos de Deus não estavam sendo frustrados, muito pelo contrário, a cruz é a base da vitória divina sobre o mundo, o pecado, o diabo e por último a morte. Cristo derrotou os poderes de Satanás em sua encarnação, morte e ressurreição. Ele participou da natureza humana “para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o Diabo, e livrasse a todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb. 2.14-15); Em Cl. 2.15 está escrito que Jesus despojou “[...] os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”. A vitória final do Messias está assegura e no fim Ele destruirá “todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convêm que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte.” (1Co. 15.24-26). Por isso os quatro seres viventes e os 24 anciãos declaram:
“Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra”. E também milhões de milhões e milhares de milhares de anjos proclamavam: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e gloria, e louvor.” E toda criatura, nos céus, na terra e debaixo da terra estavam clamando: “Àquele que está sentado no trono e ao cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos”

Há sentido sim para a História, porque ela foi criada por Deus, daí a necessidade dos homens de entregar as suas histórias nas mãos do Autor da História.

por Daniel Novaes

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Vende-se

Estou impressionado com a força e a forma que o Mercado tem tomado. Tudo, quase que absolutamente, está direta ou indiretamente envolvido nesta idéia. Me assusta a atribuição de valor mercadológico a quase tudo. Tudo pode ser comprado ou vendido. Um certo advogado que ocupou um cargo de grande responsabilidade moral e ética em nosso estado, em reunião com seus colaboradores disse: “Todo homem tem seu preço. Eu tenho o meu, mas aqui ninguém pode pagá-lo”.

Estamos mergulhados até a alma neste oceano mercadológico. Querem ver?

Vende-se felicidade. Pois é, por pouco mais de R$12,00 você pode ser uma pessoa feliz, porque comprou e comeu um BigMac, ou melhor, por R$1,50 você é feliz e transmite felicidade ao mundo inteiro abrindo e bebendo uma Coca-Cola. Felicidade, para o mercado, é consumir.

Aqui está um mal de nosso século. Não somos mais pessoas, somos consumidores. Não temos identidade, temos cartão de crédito. Não pensamos, somos convencidos.

Não importando qual seja o partido e suas “ideologias”, os candidatos não vêem pessoas, vêem votos; não vêem problemas sociais, vêem plataformas eleitorais; não vêem necessidades urbanas, vêem oportunidades de autopromoção. Há décadas o modus operandi deles é o mesmo: visitar as favelas e os guetos em tempos de eleição e depois sumirem. Por que? Porque as pessoas são consumidoras, seja de idéias, seja de promessas, ou sonhos, nós somos alimentados a depender e consumir. A política é feita para manter as grandes empresas grandes, os consumidores consumindo, e a engrenagem girando.

Observe as propagandas de carros. Alguém já viu nestas chamadas um conselho aos telespectadores do tipo:

“Cuidado! Só compre se você realmente tiver condições de pagar. Isso não é uma necessidade, é apenas um luxo dispensável”

Você nunca verá. Por quê? Porque o mercado não se importa se você está com as contas atrasadas, se precisa reformar a casa porque o telhado está quase caindo, ou se gasta metade do orçamento com medicamentos, ele apenas diz:

- Compre a super tela de última geração porque a sua é antiquada e não serve mais.

- Compre o carro novo porque agora a maçaneta é prateada e os pneus vem com neon de série.

- Compre! Compre! Compre! Gaste! Se endivide! Não importa se perderá noites de sono tentando pagar o carro novo, o importante é que seu visinho vai morrer de inveja toda manhã quando vir você saindo de carro zero! Isso te lembra uma propaganda?

E a igreja? E o evangelho? Está no mesmo caminho.

Os cultos são shows. As ovelhas são clientes. Os pecadores são o público alvo. Os pastores são mega-empresários. Os obreiros são gerentes. A palavra é a mercadoria, vendida à preço de banana (ou de rosa ungida, água do rio Jordão, etc...). A bíblia se tornou um “mercado” tão lucrativo, que nos últimos dez anos, foram publicadas no Brasil mais de 40 modelos. Tem bíblia pra tudo e pra todos. É apenas uma preocupação em tornar a palavra atraente a todos os tipos de pessoas? Sim e não. Aí também está envolvido o interesse comercial. Muitos dos líderes e formadores de opinião de nossas denominações não estão nem um pouco preocupados com o Reino de Deus. Querem ser reis no mundo. Não se contentam apenas em ser populares, querem ser populares e ricos. Querem fama, sucesso e poder. Então se vendem ao mercado e colocam preço nas ovelhas. Pasmem, mas ouvi há alguns dias atrás que um pastor ofereceu a outro a igreja, com tudo dentro por certa quantia em dinheiro. Quando ele disse tudo dentro, incluía os membros. Ou seja, para ele os bancos, o púlpito, o equipamento de som, e as pessoas, digo, os membros, são todos parte do “patrimônio” da igreja.

Vende-se de tudo. Tudo tem preço. A honra, a ética, a moral, o nome, a vida.

Fico chocado com as notícias de exploração sexual, tanto infantil como de adultos. O ser humano reduzido a um boneco vivo de satisfação dos desejos mais horrendos do coração das pessoas. Na estrada, altas horas da madrugada uma criança de 11 anos desfila e se expõe como uma porção de carne na vitrine do açougue. Ela não tem pai, nem mãe. Mas, e daí, problema dela, cada um se vira como pode. Na corrida pelo sucesso não há tempo de parar e socorrer outros, afinal, ela pode se tornar uma concorrente, e acabar sendo mais feliz que eu.

Eu estou tateando em busca de uma ínfima partícula de similaridade desse homem mercante com o criador doador dos dons. Não estou conseguindo ver... Sequer sentir.

O jovem se tornou bem sucedido. Agora tem uma moto, um carro, anda com as mulheres mais bonitas e desejadas do “pedaço”. Veste-se com as grifes da moda. Enquanto bebe com seus amigos, chega um de seus clientes; maltrapilho, fede como um cão, está tão magro que é possível visualizar cada osso de seu rosto. Tem nas mãos um celular de última geração, foi roubado mas, e daí, não importa os meios, o que importa é que ele tem com que barganhar mais quinze segundos de prazer. O jovem bem sucedido não se importa, e não faz questão de esconder isso. É um cliente. É uma fonte de lucros. Sustenta sua vida feliz, mesmo que para isso, tenha acabado com qualquer alegria de uma família inteira. Não lhe importa o fato de o pai daquele resto de gente ter morrido em depressão ao ver seu único filho aos quinze anos se enterrar vivo no crack, se seus primos, tios, mãe, amigos, todos foram golpeados mortalmente pela miséria do estado em que ele se enfiou. O jovem bem sucedido toma o aparelho das mãos ossudas do rapaz e em troca lhe dá uma pequena pedrinha, que lhe dará uns vinte minutos de prazer e fuga e então lhe lançará no inferno abissal. Mas o mercado está feliz porque o jovem encontrou uma fonte de lucro rentável e permanente, que não requer muitas inovações e tem público cativo (literalmente).

Meus queridos, não permitam que colem uma etiqueta em suas costas e lhe atribuam valor de mercado.

A felicidade não está nas coisas. Por mais que tenhamos e tenhamos. Somos mais infelizes. A felicidade está na comunhão com Deus e com os outros. Naquilo que ele nos deus de maior valor: A esperança de vida eterna.

“Se esperarmos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis dos homens” ICo. 15.19

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Os Princípios Básicos da Reforma do Século XVI

 
A Reforma do século XVI foi uma volta às Escrituras Sagradas, um retorno à doutrina apostólica. Podemos sintetizar as ênfases da Reforma em cinco pontos distintos e axiais:

1. Sola Scriptura – Só as Escrituras – Os reformadores reafirmaram a supremacia das Escrituras sobre a tradição. A Bíblia é a única regra normativa de fé e conduta. Todas as doutrinas e ensinos forâneos ou estranhos às Escrituras devem ser rejeitados. A autoridade da igreja precisa estar debaixo da autoridade das Escrituras. Nenhum dogma ou experiência pode ser aceito se não tiver base na Palavra de Deus. Eis o que diz o artigo V da Confissão da Igreja Reformada da França, adotada em 1559: “Não é lícito aos homens, nem mesmo aos anjos, fazer, nas Santas Escrituras, qualquer acréscimo, diminuição ou mudança. Por conseguinte, nem a antiguidade, nem os costumes, nem a multidão, nem a sabedoria humana, nem os pensamentos, nem as sentenças, nem os editos, nem os decretos, nem os concílios, nem as visões, nem os milagres, devem contrapor-se a estas santas escrituras; mas, ao contrário, por elas é que todas as coisas se devem examinar, regular e reformar”.

2. Sola Fide – Só a Fé – Os reformadores sublinhavam também a supremacia da fé sobre as obras para a salvação. A salvação não é mérito humano, conquistado pela prática de boas obras, mas é obra de Deus, recebida de graça pelo homem mediante a fé em Cristo. A salvação não resulta da somatória de fé mais obras. A salvação é dom de Deus, recebida exclusivamente pela fé.



3. Sola Gratia – Só a Graça – Os reformadores reafirmaram a doutrina apostólica de que somos salvos pela graça. A graça é um dom imerecido de Deus a nós. O salário do pecado é a morte. Merecemos o juízo, a condenação, o inferno, mas Deus, pela sua infinita misericórdia, suspende o castigo que merecíamos e nos dá a salvação, que não merecemos. Isso é graça!

4. Solo Christu – Só Cristo – Os reformadores rejeitaram peremptoriamente a autoridade do papa sobre a igreja. O papa usurpa o lugar da Trindade. Ele usurpa o lugar de Deus Pai ao ser chamado de Pai da Igreja (Mt 23:9). Ele usurpa o lugar de Deus Filho ao ser chamado Sumo Pontífice (Supremo Mediador). A Bíblia diz que há um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo (1 Tm 2:5). Ele ainda usurpa o lugar de Cristo quando ele se auto-intitula a pedra fundamental da igreja sobre a qual a igreja foi edificada. Cristo, e não Pedro, é a pedra fundamental da igreja (Mt 16:18; At 4:11-12; 1 Co 10:4; 1 Pe 2:6-8). Além do mais, o papa não é um sucessor de Pedro, visto que não existe sucessão apostólica. Finalmente, o papa usurpa o lugar do Espírito Santo, quando se autoproclama o Vigário de Cristo na terra (o substituo de Cristo na terra). Essa posição é exclusiva do Espírito Santo (Jo 14:16-17; 16:7-14). O Espírito é o outro consolador que veio ficar para sempre com a igreja. Assim, a reforma resgatou a verdade infalível da supremacia de Cristo como o nosso salvador, mediador e rei. Por causa da obra de Cristo todos os salvos são sacerdotes reais. O sacerdócio universal dos crentes é uma verdade consoladora. Todos temos livre acesso à presença de Deus, por meio de Cristo. Desta forma, cai por terra toda hierarquia espiritual no Reino de Deus.

5. Soli Deo Gloria – Só a Deus a Glória – Os reformadores reafirmaram a doutrina bíblica de que Deus não reparte sua glória com ninguém. Somente ele deve ser adorado e honrado. Toda glória que é dada ao homem é vanglória, é glória vazia.

Por: Rev. Hernandes Dias Lopes (gentilmente cedido pelo mesmo).

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O Perigo da Passividade da Igreja Diante da Sociedade.

Igreja quase invisível

Presenciamos atualmente o alto índice de evangélicos emergindo na sociedade brasileira; igrejas de todo tipo e sabor têm desfilado nas cidades e estados da nossa nação. Temos sido testemunhas do crescimento desacelerado do movimento neo-pentecostal e de muitas igrejas emergentes, o que tem sido motivo de um sentimento ufanista por parte de alguns pastores, teólogos e demais cristãos de que, em alguns anos, o Brasil possuirá a maioria de sua população arrolada nas fileiras evangélicas.

No entanto, paralelamente a esse notório “crescimento” do evangelicalismo tupiniquim, observa-se o aumento da criminalidade, da corrupção, da dependência química, especialmente das drogas, da prostituição, os brasileiros tem sido telespectadores do colapso moral e ético em que o Brasil tem sido vítima; os vários meios de comunicação não param de informar a enxurrada de anomalias que a sociedade brasileira tem vivido.

Diante dessa triste realidade uma pergunta se faz notória: se a igreja evangélica está de fato crescendo por que a sociedade não tem sido “pintada” pelas cores do evangelho da graça? Esse paradoxo tem mobilizado muitas pessoas, inclusive pastores e teólogos, a uma reflexão séria desse momento complexo que a igreja evangélica brasileira encontra-se.

Nas páginas do Novo Testamento, especialmente no livro canônico de Atos 19.8-20, verifica-se uma correlação estreita entre a situação social da cidade romana de Éfeso e a situação social atual, a passividade da religião judaica de Éfeso e a passividade da maioria das igrejas evangélicas brasileiras. Por isso, entendo que uma análise do texto acima citado se faz necessário para identificarmos os problemas e as possíveis soluções para a realização de uma transformação da nossa sociedade.

Durante sua terceira viagem missionária Paulo, juntamente com os seus companheiros missionários, resolve aportar no centro religioso de Éfeso. Lucas tem o cuidado de nos informar que aquela cidade possuía uma sinagoga judaica, local onde os judeus se reuniam para cultuarem a Deus e praticarem toda a sua devoção religiosa. Todavia, o historiador sagrado tem a perspicácia de observar que naquela cidade havia muitos enfermos, pessoas endemoninhadas e possessas; Lucas insinua de que aquela sociedade estava submersa em uma vida promiscua, licenciosa e devassa, sem nenhum tipo de escrúpulos, moral e ético. Éfeso era conhecida pelas suas práticas religiosas sincréticas, o elevado número de adeptos ao ocultismo, paganismo e feitiçaria.

E no meio desse caos social, moral e religioso estava uma sinagoga de judeus, com toda a sua liturgia impecável, suas fórmulas de higiene e de dieta intoleráveis e sua teologia legalista, atitudes que mais repulsavam as pessoas do que as atraíam para os braços de Deus, programas que colocavam verdadeiras muralhas diante de uma população gentílica sedenta de Deus. Uma sinagoga que estava passiva diante desse decadente momento social e religioso, uma sinagoga que não influenciava as pessoas que estavam à sua volta, não promovia transformação, nem muito menos restauração espiritual.

No entanto o texto sagrado nos confere as seguintes palavras “E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários,” (11). O narrador sacro serve-se do termo tychousas (extraordinário), que também pode significar “singular”, “especial” e “notável”, para adjetivar o substantivo “milagres”. Segundo o comentarista John Stott “Ele [Lucas] não os considera típicos, normais, nem mesmo para milagres”. (2008, p. 344).

O apóstolo Paulo não se limitava a expor as Escrituras a alguns judeus e gentios piedosos na sinagoga, nos seus primeiros três meses, e depois, por espaço de dois anos, na escola de Tirano, aos primeiros convertidos daquela cidade, os seus olhos estavam sensíveis à realidade espiritual caótica em que se encontravam uma multidão de pessoas em Éfeso. Deus se faz de Paulo como um instrumento para realizar milagres de cura e exorcismos; havia tanta gente nesta situação, que o apóstolo não estava dando conta da grande demanda de pessoas carentes de restauração e libertação, fato que levou algumas pessoas a solicitarem os aventais ou lenços, de uso pessoal do missionário, para levarem aos enfermos e endemoninhados e os mesmos eram curados e os demônios retiravam-se, não por algo inerente ao lenço ou alguma virtude no apóstolo dos gentios, mas pelo poder de Deus.

Lucas relata que, não havia apenas milagres, curas e exorcismos, ministérios tão propagados e incentivados como fim em si mesmo nos centros neopentecostais, mas havia transformação de vidas, regeneração, mudança de caráter, realidades “fora de moda” em muitos círculos evangélicos. O texto expressa: “Muitos dos que creram vieram confessando e denunciando publicamente as suas próprias obras. Também muitos dos que haviam praticado artes mágicas, reunindo os seus livros, os queimaram diante de todos. Calculados os seus preços, achou-se que montavam a cinquinta mil denários. Assim, a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente” (18-20). As pessoas estavam sendo transformadas, conversões genuínas estavam ocorrendo naquela cidade, por intermédio de Paulo. John Stott terce o seguinte comentário em relação a esse texto: “O fato de os recém-convertidos estarem dispostos a jogar seus livros no fogo, em vez de converter o seu valor em dinheiro, vendendo-os, era uma evidência notável da sinceridade de suas conversões.”

Aquela sociedade estava sendo moldada pelo evangelho da graça, e não o evangelho sendo moldado pela sociedade. A igreja evangélica brasileira precisa ser alvo de uma visitação avivalística da parte de Deus, um avivamento que venha colocar em xeque esse “evangelho” barato que tem sido ofertado nos púlpitos de muitas igrejas, um avivamento que produza renovação e não inovação, que frutifique regeneração e conversões em massa ao nosso Senhor Jesus Cristo; uma visitação divina, como bem profetizou Isaías:

“Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha benção, sobre os teus descendentes; e brotarão como erva, como salgueiros junto às correntes das águas.” (44.3,4).

A nossa oração é que, como chuva serôdia, a graça divina caia sobre a sua igreja, expurgando todo pensamento e atitudes espúrias, egoísticas; retirando o homem do centro e cedendo lugar à presença majestosa do Espírito Santo para que possamos ver de fato o nosso país colorido pelas cores do evangelho da graça de Deus. Que Deus nos abençoe.

Por Daniel Novais

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O Descanso de um Guerreiro

A Bíblia conta a história de um homem que escreveu para sempre seu nome na história da salvação. Na história da revelação de Deus aos homens. Seu nome; Calebe.

Convocado por Moisés, aos 40 anos de idade para ir à Canaã e trazer um relatório do que os homens encontrariam ali na guerra, se juntou a Josué e a outros 10 homens representantes das tribos de Israel. Ao retornarem, só ele e Josué acreditam na possibilidade de o pequeno e ainda inexperiente exército de Israel vencer os famosos guerreiros Anaquitas. Por isso, a ele é prometido uma parte na herança da nova terra e o privilégio de ser , juntamente com Josué, os único acima dos vinte anos daquela geração que entrariam na terra prometida.

Mas, o que mais chama a atenção na história de Calebe, está no fato relatado no livro de Josué 14. Aqui é registrada uma cobrança deste a Josué concernente à promessa que Moisés havia feito de lhe dar Hebrom por herança. Josué, então, reconhecendo que era legítima a cobrança, cede a Calebe Hebrom, então conhecida por Quiriate-Arba.

O livro de Juízes se inicia com a narrativa da conquista de da terra de Hebrom por Calebe. Sua herança não veio de mão beijada, antes, lhe custou muita luta e isso quando já passava dos oitenta anos. Como ele mesmo disse a Josué:
“E, ainda hoje, estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual a minha força então era, tal é agora a minha força, para a guerra, e para sair, e para entrar”. Js. 14.11


Ao longo dos anos, as guerras foram mudando e , no que diz respeito a nós cristãos, esta mudou completamente na forma e no propósito.

Já não lutamos por território, mas para chegar à nossa pátria, que está nos céus (Fp. 3.20). Nossos inimigos não são homens de guerra, mas espíritos caídos que lutam para nos desanimar e nos vencer:
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Ef. 6.11,12.

Ontem, por volta das 13:00h, descansou um dos maiores guerreiros que a Assembléia de Deus em Jequié viu em sua curta história de 65 anos. Presbítero João Joaquim Souza.

Quem como eu, o conheceu ainda dirigindo cultos, pregando a palavra, incentivando os irmãos, com toda a certeza jamais o esquecerá. Jamais esquecerá dos alongados Aleluias, que soavam em seus lábios quase como um canto de sua alma em adoração ao seu Senhor, a quem conheceu e amou fielmente até o fim.

Desde ontem uma pergunta me inquieta, me transtorna, derruba minhas certezas.

O que faz de uma pessoa um personagem inesquecível?

Ou ainda:

Será que serei lembrado depois de minha morte? Pelo que? Que contribuições tenho oferecido à minha família, meus amigos, minha igreja?

João Joaquim não era pregador eloqüente. Não tinha voz melodiosa que fizesse os ouvintes anelarem por estarem com ele outra vez. Não era teólogo renomado.

Vindo de uma família simples, trabalhou por muito tempo de sua vida no labor da roça. Mais tarde, trocaria o campo de verduras e feijão, pelos campos de almas.

Mas, o que nos atraia tanto a este irmão de fala pausada e voz mansa e baixa?

Certamente, o amor por Jesus que transbordava em cada uma de suas palavras. A sabedoria simples, desprovida de adereços e ajustes humanos. Apenas, pura e simples sabedoria do alto.

Conversar com o irmão João, era como estar conversando cara a cara com o outro João, aquele lá de Éfeso, que dizia aos irmãos, “filhinhos, amai-vos uns aos outros”.

Devo muito de minha fé a este pequeno grande homem. Mais do que suas palavras, seus gestos e sua vida montaram o discurso mais eloqüente e persuasivo que já ouvi. Seu carisma não fingido. Sua energia em exortar. Sua insistência em alertar a igreja da urgência do retorno do mestre e do preparo para este encontro. Seus passos insistentes indo e voltando da igreja até quando não o pode mais. Até quando seu corpo não desfrutava mais da energia de seu espírito.

Espero que no dia em que partir para estar com o Mestre, na história da fé humana, da busca dos homens pela santidade, da luta dos fiéis em fazer o seu Senhor conhecido, seja lembrado não pela mídia ou pelos círculos dos famosos, mas, a exemplo de João Joaquim, meu legado seja escrito com minha própria vida.
Uma coisa interessante na história de Calebe, é que a Bíblia não registra sua morte.

Isso me faz pensar que depois de narrar tais feitos de um homem octogenário, que foi fiel em tudo e por toda a vida, o escritor não viu tanta importância em narrar sua morte, pois o mais belo desta história é sua vida.

Na trajetória de João Joaquim não quero registrar sua morte e suas causas, afinal, na minha ótica, este intervalo entre sua vida de dedicação e amor ao Mestre e aos seus, e o grande dia de sua ressurreição para estar eternamente com o seu amado Senhor, é insignificante demais para fazer parte de sua história.

Assim como Calebe, a história de João Joaquim não chegou ao fim, está apenas no intervalo.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Nasce uma nova emissora de TV evangélica!

Amados, a Paz do Senhor.

Quero lhe convidar a ser parte em um ousado projeto em nosso estado (Bahia). Com uma proposta diferenciada, vem promover uma programação de qualidade tanto educativa quanto formativa de caráter e princípios. Seu perfil, em nada se parecerá com as já firmadas emissoras de nosso país.

Leia a matéria inteira em no site Sudoeste Gospel ou no Exteremo Sul Gospel. Ore por essa parceria e nos ajude a divulgar esta boa nova.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010


Olá meus queridos amigos e irmãos, a Paz do Senhor.
Após algum tempo estou encerrando esta pequena série de estudos sobre os Princípios da Vida Cristã. Foi extremamente gratificante e edificante para minha vida, espero que tenha sido, no mínimo, motivadora para sua. Durante estes estudos, meu desejo foi despertar algumas pessoas para uma essência que parece dia-a-dia estar se perdendo – a da Vida cristã.

Me parece que os evangelhos televisivos, com raras exceções, distorcem quase que completamente a mensagem da cruz. Vejo e ouço um monte de coisas e preciso fazer um trabalho quase que de perito criminal, para achar vestígios de evangelho em meio a essa enxurrada de mensagens enlatadas sobre vitória financeira, milagres (que, acho, deveria até mudar de nome, já que todos os milagre notoriamente tinham objetivo de glorificar a Deus ou demonstrar sua autoridade diante da apostasia humana, e não de provar que uma denominação é mais poderosa que outra), distribuição de curas, auto-ajuda, e por aí vai.

É evidente que não basta escrever e falar. Há de se tomar atitudes sólidas contra essa maré de pregadores/empresários, que olham para a igreja não como um aprisco, mas como um nicho de possibilidades comerciais. Isso afeta diretamente aquilo que vejo como a razão de ser da igreja, e que, trato agora como a última e mais importante característica de uma vida cristã: O Princípio da Missão.

Pense bem, se você não tem objetivos, não tem um alvo, uma meta, está fadado a trabalhar e viver sem perspectivas, e isso, no fim, te levará a uma sensação de inutilidade ou incompletude. Todo ser humano quer parar um dia e olhar para traz e lá enxergar um rastro de contribuições suas para a mudança em alguém ou alguma coisa. Quer ter um papel na novela da vida. Quer ter alguma coisa para contar a seus netos, e deixá-las como legado a uma nova geração.

A igreja tem um legado. Tem uma missão. Tem uma razão de ser e estar aqui.

O problema começa quando este foco é perdido. Quando a visão sai do alvo e se confunde com as distrações periféricas. Para ilustrar o que estou tentando dizer, vou usar uma imagem de ilusionismo produzida por computador. Observe a imagem.










Ela está se mexendo? Parece uma onda viva? Uma bandeira tremulando?

Na verdade, é uma imagem sólida, sem qualquer efeito digital. O que acontece é que o cérebro se confunde devido à utilização de cores, formas e sombras, fazendo-o interpretar os intervalos entre os quadrados como sendo movimentos. Mas, isso só acontece quando os olhos percorrem freneticamente sobre o quadro na tentativa de interpretar a imagem.

Nós não podemos ficar o tempo todo olhando as milhares de mudanças ao nosso redor, tentando adaptá-las à nossa pregação. Não podemos viver o evangelho em função das “descobertas científicas”, tentando encaixá-las em nossa fé e atribuindo-lhes uma carga de certeza que os próprios cientistas não têm. Isso culminou na teologia liberal nos séculos XVIII e XIX.

Também não podemos fazer do homem a medida de todas as coisas. Colocar a necessidade humana como prioridade máxima do evangelho em detrimento da soberania divina, alimentando a idéia de que aquilo que não “satisfaz” o homem não pode ser bom ou está mal interpretado. Foi assim que começou a Teologia da Libertação e agora, a deturpação total do evangelho com a Teologia da Prosperidade nas Igrejas Neo-pentecostais.

Agora, faça um teste. Volte lá à imagem, e foque um quadradinho, qualquer um. Concentre-se nele, sem mover seus olhos. Você vai perceber que a imagem vai diminuir o movimento, e, a depender de seu nível de concentração, irá parar.

O foco modifica a interpretação das coisas que estão diante de nós.
Vou recorrer a uma figura de linguagem do Apóstolo Paulo para explicar o fato de que o foco faz toda a diferença na vida de quem deseja viver de forma cristocentrica.
Em sua carta aos Filipenses, Paulo diz:

Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Fp. 3.13,14.

Paulo escreve a carta aos Filipenses e demonstra muita gratidão a estes pelo apoio que tem dado a seu ministério. Neste trecho em especial, ele vai falar sobre a alegria da vida cristã apesar das lutas e dos obstáculos ao crescimento do Reino de Deus.

Diante destes obstáculos, ele vai usar a metáfora do atleta. Sei que ele não menciona diretamente aqui qualquer palavra que pudesse fazer esta ligação, mas está intrínseco na aplicação da palavra alvo, que aqui não é um objeto a ser atingido com um dardo ou flecha, mas um ponto a ser alcançado. Um lugar no horizonte distante que é o objetivo do corredor. A linha de chegada.


Em 1984, na cidade americana de Los Angeles, Califórnia, foram realizados os Jogos Olímpicos. Tudo transcorria normalmente e nós, brasileiros, assistíamos a mais uma olimpíada em que o Brasil era só coadjuvante. Tudo parecia normal até o dia da maratona feminina.

Já muitas horas depois da primeira colocada chegar e receber sua premiação, entra no estádio uma figura cambaleante, desfigurada, incapaz de dar dois passos em uma mesma direção. Seu nome: Gabrielle Anderson.
Ela entrou para a história não por ser a grande vencedora. Muito menos por destruir recordes até então imbatíveis. Seu nome não entrou sequer entre as melhores colocadas.

Então, porque essa mulher é considerada até hoje uma heroína dos jogos olímpicos?

Porque, contra todas as possibilidades e expectativas, ela terminou uma prova em estado de debilitação absurda. Gabrielle estava desnutrida, sentia câimbras dilacerantes, seu corpo já havia queimado todas as reservas de energia e começava a consumir as energias dos músculos, produzindo uma sensação terrível de desmaio. O calor aumentava a temperatura corporal ainda mais, o que acelerou bruscamente sua desidratação. Então, diante de todos estes avisos para parar, porque Gabrielle não o fez? Porque continuou? O que ela iria ganhar com tanto esforço?

A glória!

Sim a glória humana. Ela mesma depois deu uma entrevista em que disse que queria honrar sua inscrição na maratona e também aproveitar sua última oportunidade, visto que já estava na idade limite para uma maratonista.

E nós? O que nos faz seguir adiante?
Paulo diz que ele “corre” (ICo.9.24-26) para receber um prêmio incorruptível:

“Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar”.

Então nós temos um alvo... E temos uma missão.
Quando um empresário olha para um garoto forte e vê que ele é, além de forte, ágil e valente, imediatamente investe nele como lutador profissional. Ele prepara o garoto e o coloca no ringue com um propósito: Ganhar lutas e dinheiro.

Quando Deus separou a igreja, Ele o fez escolhendo homens e mulheres com talentos vários e os deu outros necessários por intermédio de seu Espírito com um propósito: Ganhar almas e influenciar o mundo.
Talvez nosso problema esteja na segunda parte da missão.

Somos muito bons em “ganhar” almas. Fazemos cultos com estruturas de mega-show. Distribuímos folhetos nas ruas e convidamos amigos e vizinhos para os cultos regulares ou festivos de nossas igrejas (ou pelo menos era assim). Mas, quando se trata de influenciar o mundo, hum! A coisa muda de figura.
Irmãos, não sou, não quero ser e nem posso ser juiz do mundo ou dos outros. Quando falo, olho para o espelho.

É uma raridade ver uma igreja ser mencionada como exemplo de socorro aos menos favorecidos. Os melhores projetos sociais no Brasil, quando tem participação cristã, não é de iniciativa destes.

Nós estamos no afã de ganhar as almas, mas, como Docetistas sociais, esperamos apenas que a alma do pobre miserável seja salva, não importando o que o estômago dele está dizendo. E não foi contra isso que Tiago escreveu em sua epístola?

“Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano,  e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.” Tg. 2.14-18

A missão da igreja vai além de pregar o evangelho. Na verdade, a missão da igreja é viver o evangelho, e isso, diante dos olhos de um mundo corrompido e perverso.

Penso que nossa missão se ramifica em três áreas: Missão Cultural, Moral e Espiritual.

Lembro da narrativa do Mis. Don Richardson, quando chegou a Papua-Nova-Guiné há décadas atrás e encontrou ali tribos em que se tinha como costume conquistar o outro, torná-lo o mais íntimo amigo, e quando isso acontecesse, então matava-se o amigo conquistado envenenado. Isso era tão forte em termos culturais, que era contado nas reuniões tribais e passados de geração para geração a fim de não se deixar o costume acabar.


As “manifestações culturais” podem muitas vezes servir apenas de maquiagem para uma depravação absoluta do gênero humano. E, embora existam fundações e ONG’s que defendem certos costumes como sendo marcas culturais de alguns povos, fica claro que no fundo, não passa de pecado e transgressão contra toda ordem de harmonia humana, e contra toda ordenação divina. Ou seria possível dizer que deve ser preservado o costume de tribos indígenas, como a dos Suruuarras, que obriga os pais a matarem seus filhos que porventura tenham nascido com defeitos físicos ou deficiências mentais ou físicas. Como no caso relatado pela revista Veja, de uma indiazinha salva por missionários depois de sofrer várias tentativas de homicídio simplesmente porquê não tinha o mesmo ritmo de desenvolvimento das outras crianças da tribo. Demorou a falar e andar, por isso, aos dois anos de idade, foi condenada à morte pela tribo, e deveria ser executada pelos próprios pais.
Quando questionados sobre a omissão neste caso, os antropólogos da FUNAI não responderam, mas, segundo Veja: “Extra-oficialmente, seus antropólogos apelam para o argumento absurdo da preservação da cultura indígena.”

A igreja tem a missão sim de remir a cultura. Precisamos pregar a salvação dos homens, mas também precisamos lutar pela restauração da cultura Cristã, onde uns homens não tem mais direitos que outros, tampouco, sobre aqueles que tem menos força.

Paulo diz em Filipenses 2.15:

“Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo”.

Somos chamados, não para cobrir o rosto e esconder a transformação feita pela presença de Deus, antes, Paulo nos incentiva a tirar o véu e revelar a Glória da presença de Deus.

Em segundo lugar, a igreja tem uma missão moral.

Falar de moralidade se tornou tão raro que aqueles que usam este termo só o fazem aplicando-o a questões éticas e políticas. Embora, com a implantação do ensino da Filosofia nas escolas, tem-se tornado comum estas discussões nos meios sociais, principalmente entre os mais jovens.

As antigas falas de “deixem que cada um decida o que é melhor para si mesmo”, “cada pessoa tem o direito de fazer o que quiser”, “abaixo os aparelhos de controle dos poderosos (e aqui era incluída a igreja)”, se mostrou tão hipócrita, inútil e maléfico, que agora os “especialistas” querem negar seus antigos discursos e apontar para uma solução no resgate dos valores religiosos e familiares.

Qual era o estilo de vida difundido e massificado pela mídia e pela elite cultural nas décadas passadas? Não é difícil saber. Assista a qualquer filme de Hollywood rodado depois dos anos 40 e verá estampada ali: adultério, prostituição, vício, violência, assassinatos, roubos, desestruturação familiar, e por aí vai. As maiores estrelas do cinema mundial ganharam fama e fortuna ajudando a disseminar um estilo de vida destrutivo e corrupto embalado em papel de presente e com um selo dizendo: consuma que é bom. Ou alguém teria a coragem de dizer que os filmes de bang-bang não hostilizavam os índios americanos, e os desenhos pintavam os negros africanos como imbecis feios e esquisitos? Ou que os primeiros desenhos da Disney não mostravam os povos sul americanos como gente tribal e ignorante, vivendo no meio do mato e necessitando do “socorro” americano para se libertarem da ignorância?

O homem é um ser moral.
Segundo um artigo contido no UOL: “Como ser moral, o homem é atraído pelo bem, pela justiça, pela verdade, pela honestidade, etc. e é compelido a repelir, a falsidade e a desonestidade”.

Sendo assim, entendo que, bem, justiça, verdade e honestidade, são atributos que só podem existir ou ser comparados se há um padrão para tal. Não é possível comparar um objeto se não há outro que sirva de modelo. Não é possível saber se o que estou fazendo é errado, se todas as pessoas ao meu redor fazem exatamente o que eu faço e não há nada dizendo que aquilo é errado.

Deus estabelece padrões morais tanto na Lei passada a seu povo e escrita mais tarde, como a interioriza no homem como marca registrada de sua autoria na criação. Todo homem tem senso moral. Este senso é deturpado ou, conscientemente ignorado por aqueles que transgridem contra toda ordem.


Alguns vão acusar os cristãos de serem falsos moralistas, pois pregam contra coisas que eles mesmos fazem, se referindo aos casos de corrupção envolvendo “bispos” acusados de lavagem de dinheiro. Mas, isso não quer dizer nada. Existe uma Constituição Federal no Brasil que regula toda a lei no país, e o fato de existirem políticos corruptos, juízes comprados, advogados criminosos, não anula a eficácia da lei, antes a confirma, pois mesmo aqueles que a julgam, estão debaixo de seu poder punitivo.

A igreja tem a missão de mostrar ao mundo, de forma prática, que Deus estabeleceu regras de convívio social para uma vida feliz e plena entre os homens onde o centro orientador de tudo é seu amor e sua graça que alcança a todo aquele que se chegar a Ele.

Jesus mostrou claramente ao mundo a magnitude do padrão de divino de ética e moralidade:

Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu irmão de raca será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno.
Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela.
Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno.
Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, que lhe dê carta de desquite. Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.
Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor. Eu, porém, vos digo que, de maneira nenhuma, jureis nem pelo céu, porque é o trono de Deus, nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés, nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei, nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.
Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna.
Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe também a capa; e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.
Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.
Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos.
Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? (Mt. 21-47)

Se a moral está no campo da intencionalidade das atitudes humanas em relação ao outro, não conheço maior lei que esta.

Por último e não menos importante, está a missão espiritual da igreja. Esta consiste na tarefa de levar a todos os homens, independente de situação social ou étnica, a mensagem que todos pecaram, foram por isso condenados a perdição eterna, mas que, gratuitamente são perdoados em Cristo Jesus, dependendo de uma atitude de arrependimento e retorno aos padrões de vida estabelecidos pelo Pai.

Se já houve um tempo em que a necessidade de restauração foi grande, duvido que tenha sido maior que este nosso.


Missão Asas de Socorro
A depravação humana chegou a escalas tão grades, que já não é possível classificar como “humanas” atitudes de altruísmo e misericórdia. Ser gentil, pacífico, fiel, honesto, são qualidades em extinção. E o pior, os veículos de comunicação estão a cada dia ajudando na destruição final de qualquer sementinha de “imagem de Deus” que ainda pudesse estar resistindo nos homens.

Não há reforma social sem reforma espiritual!

Essa conversa comunista de igualdade entre os homens excluindo a religião por esta ser o “ópio do povo” não passa de fachada para os modelos de governo totalitários como o foram os antigos soviéticos e italianos, e os ainda sobreviventes Norte coreano, chinês, cubano, laoense e vietnamita.
Toda reforma social que não passa pelos padrões bíblicos acabam em submissão a homens cheios de si e embriagados pela ânsia de poder.

A igreja se calou muitas vezes em meio às maiores convulsões políticas mundiais, isso é verdade, mas, em compensação, quando se envolveu demonstrou que a verdadeira mudança não acontece a partir do homem, e sim, a partir de Deus quando este interfere na história a pedido daqueles que o amam e o servem com fidelidade.

Não é tempo de a igreja assistir ao espetáculo de terror promovido pelas drogas, prostituição, corrupção... Como Amós, é o tempo de denunciarmos a depravação humana e anunciarmos a justa recompensa que os ímpios receberão por sua maldade e desinteresse pelos desamparados.

Se você é cristão, tem uma missão.
Se você tem uma missão, e o tempo de cumpri-la.
Se você deseja fazê-lo, saiba que não haverá falta de apoio:

Portanto, ide, ensinai {ou fazei discípulos} todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém! (Mt. 28.19,20)

 Deus os abençoe e espero, sinceramente, que haja entre nós um novo movimento de avivamento genuíno, ao exemplo de outros como foram os liderados por John Wesley, Spurggeon, Moody, Jonatas Eduards. Onde as transformações não eram de momento e os resultados da transformação social se mostravam claramente na vida comunitária das cidades onde estes passavam.
Não há avivamento sem o cumprimento integral da missão cristã: priorizar a pregação da genuína palavra de Deus sem desprezar as necessidades humanas daqueles que são alcançados.

Um abraço a todos, e até a próxima.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Um reino divido

A Paz do Senhor amados.

Assistam este vídeo e leiam o texto do meu amigo, o Pr. Ivan Luis. Pensem sobre isso e tirem suas conclusões.

Um Abraço.




Colossenses 2:8 - Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.
Me causou  grande espanto assistir a um vídeo (youtube) onde um homem que é chamado de pastor (Universal)  entrevista uma pessoa endemoninhada e o tema da entrevista, pasmem: é a igreja Mundial e os seus pastores.

Nessa entrevista o “nobre” entrevistado e “aliado” do pastor faz confissões de que os líderes da outra igreja estão em pecado e que ele o demônio, gosta daquela igreja e detesta o lugar onde ele está sendo entrevistado.

Quanto absurdo! Homens que se dizem pregadores da Palavra de Deus se aliando ao inimigo de Deus e de nossas almas para denegrir a imagem de outra instituição demonstrando com isso uma flagrante falta de escrúpulos! Eles se esquecem de que não dá pra se aliar ao diabo e acreditar nele porque é mentiroso e o pai da mentira.

Quanto a isso o Senhor Jesus advertiu que no final dos tempos apareceriam falsos profetas realizando grandes sinais, e se possível enganariam até os escolhidos, mas infelizmente muitas pessoas de hoje em dia pensam que estão libertas em nome de Jesus e ficam reféns, presas a denominações e lideres que as alienam.
Ao povo que  segue ao Senhor, é necessário amá-Lo com entendimento e analisar bem o lugar onde estão congregando,  e quem são os seus líderes; se querem estabelecer o Reino de Deus ou o seu próprio reino, já que o próprio Jesus disse “Um Reino dividido contra si mesmo não subsiste”. (Lc.11.17)


Em Cristo,


Pr. Ivan Luiz
Ivan Luis é pastor da Igreja Família de Deus no bairro do Mandacarú em Jequié/Ba. Também apresenta o programa Jesus, Eu e Você em uma rádio local diariamente.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010


Uma pequena nota informativa.

Olá meus queridos amigos, perdoem-me pela demora em postar a continuação deste estudo, mas, como o próprio nome sugere, um estudo requer tempo e atenção. É claro que não tanto tempo, mas aí entra também a inspiração do autor, que andou meio baixa nestes dias.
Contudo, eis aí a segunda e penúltima parte deste estudo, que me enriqueceu muito e me deu a oportunidade de pensar o cristianismo por lentes menos embaçadas que as das pregações corriqueiras que tenho ouvido nestes últimos anos.

Espero que aproveitem bem. Um abraço a todos.

Introdução.

Quero iniciar este estudo lhe fazendo duas perguntas:

- Você é um Diácono?

- Você sabe o que é ser Diácono?

A maioria das pessoas de minha denominação certamente responderia que ser Diácono é ser consagrado para o primeiro estágio oficial da igreja, em uma escala crescente até chegar a Pastor. Esse entendimento é mais comum do que eu imaginava.

Mas, o diaconato não é uma função eclesiástica. A consagração dos que irão servir as mesas e distribuir as cestas básicas ou ajudar na manutenção e higiene do templo. É muito mais que isso. Abrange muitas áreas da vida cristã.

Pra começar, vamos fazer uma pequena exegese do termo, e de que forma ele se apresenta nos vários textos em que aparece.

I-    O termo diákonos.

Diácono, conforme Gingrich e Danker:

“διάκονος, ου, ο, ή—1. servo Mt 20.26; 22.13; Mc 9.35; especificamente garçom Jo 2.5, 9. Agente Rm 13.4; Gl 2.17.—2. Auxiliar, pessoa que presta serviço como cristão.—a. a serviço de Deus, Cristo ou a outro cristão 2 Co 6.4; 11.23; Ef 6.21; Cl 1.23, 25; 1 Tm 4.6.—b. em caráter oficial ou semi-oficial Rm 16.1; Fp 1.1; 1 Tm 3.8, 12. O termo técnico posterior 'diácono(isa)' deriva desse uso [diaconato] ”

Strong assim define:

“διακονος diakonos  - provavelmente do obsoleto diako (saída breve para fazer ou buscar alguma coisa, cf 1377); TDNT - 2:88,152; n m/f
 1) alguém que executa os pedidos de outro, esp. de um mestre; servo, atendente, minístro
 1a) o servo de um rei
 1b) diácono, alguém que, em virtude do ofício designado a ele pela igreja, cuida dos pobres e tem o dever de distribuir o dinheiro coletado para uso deles
 1c) garçom, alguém que serve comida e bebida” 

O diaconato era a prestação voluntária de serviço à igreja, aos presbíteros e anciãos e aos mais necessitados. Não se tratava especificamente de um cargo eclesiástico em uma escala ascendente. Era a dedicação pessoal, de forma amorosa e desinteressada em servir aos outros e contribuir para o crescimento e manutenção de uma comunidade, onde todos esperavam tratar e serem tratados de forma igual.

O serviço cristão não é uma exclusividade de alguns. Não se trata, de forma específica e inflexível, de uma chamada especial e exclusiva. Para os escritores sagrados, Diaconia é parte inseparável do viver cristão.

Vejamos, numa exegese superficial, que os autores fazem uso deste termo várias vezes e aplicando-o sempre ao viver cristão no que diz respeito ao servir. Alguns exemplos deste uso:

Mateus 20.26:

“Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva (diakonos); e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo (doulos); tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido (diakoneo), mas para servir (diakoneo) e dar a sua vida em resgate por muitos.”
*Observe que aqui Mateus utiliza o substantivo diakonos, mas quando redige as palavras de Jesus no que diz respeito ao maior ou menor, utiliza doulos. Ou seja, para Jesus, quem quiser ser o maior, deve se doar completamente ao outro, como escravo (do termo doulos).

Paulo também, ao falar de seu ministério junto aos gentios, se apresenta como diácono. Veja:

Colossenses 1.21-23.

“A vós também, que noutro tempo éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para, perante ele, vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro (diakonos).”

E usa o mesmo termo quando se refere à Tíquico, cooperador seu enviado a Éfeso, e ao próprio Timóteo:

Efésios 6.21, 22.

“Ora, para que vós também possais saber dos meus negócios e o que eu faço, Tíquico, irmão amado e fiel ministro (diakonos) do Senhor, vos informará de tudo, o qual vos enviei para o mesmo fim, para que saibais do nosso estado, e ele console os vossos corações.”

I Timóteo 4.6.

“Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro (diakonos) de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido.”

Paulo chama Jesus de “diácono da circuncisão”:

Romanos 15.8.

“Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro (diakonos) da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais; e para que os gentios glorifiquem a Deus pela sua misericórdia, como está escrito: Portanto, eu te louvarei entre os gentios e cantarei ao teu nome.”
Evidentemente, não significa que todas as vezes que o termo “ministro” aparece no texto sagrado, é a tradução de diákonos. Mas, de forma geral, traz sempre o sentido de serviço, trabalho prestado, administração de bens de terceiros. Exemplo disto é o uso que Paulo faz do termo huperetes (υπερετης), que, segundo Strong:
5257 υπερετης huperetes. De 5259 e um derivado de eresso (remar); TDNT - 8:530,1231; n m
 1c2) do pregador do evangelho
1) criado
 1a) remador de baixa categoria, remador subordinado
 1b) qualquer que serve com as mãos: criado
 1b1) no NT, dos empregados ou serventes dos magistrados como — dos empregados que executam penalidades
 1b2) dos servos de um rei, criados, acompanhantes, os soldados de um rei, dos atendentes de uma sinagoga
 1b3) de alguém que ministra ou presta serviços
 1c) alguém que ajuda outro em algum trabalho
 1c1) assistente

Sobre a possibilidade deste termo significar “remadores de baixa categoria”, o escritor Altair Germano observa:

“- huperetes. (Lc 4.40; At 13.5; At 26.16; 1 Co 4.1). Possivelmente “remador [da fileira] de baixo” (formado de hupo, “debaixo de”, e eretes, “remador”). (VINE, ibdem). Tal definição é contestada por Osborne (2009, p. 108), que afirma ser uma falácia semântica: “[…] pois segundo Louw, esse significado não se encontra na literatura grega da época do Novo Testamento. Na melhor das hipóteses, é altamente questionável.” O fato é que em todas as suas formas, os termos “ministério” e “ministro” estão relacionados ao ato de servir.”

No texto bíblico, porém, Diácono é a forma mais comum empregada ao referir-se aos serviços cristãos, incluindo, em alguns momentos, a pregação do evangelho.

II-    A Diaconia na vida cristã.

É evidente que todo cristão sabe que deve sempre estar disposto a servir. Mas, será que todos entendem o quanto isso é parte inseparável do ministério cristão?

A primeira armadilha a que muitos caem quando resolvem atender ao chamado ministerial da Diaconia (ou seja, ser um Diácono, um oficial da igreja) é pensar que, agora que foram consagrados para esta função, iniciaram uma caminha em direção a vôos mais altos. Quem sabe chagar a Pastor Presidente da Convenção Nacional!

Chamo isto de armadilha porque, assim como a arapuca armada para pegar o passarinho desavisado, uma motivação como esta esconde um futuro de prisão a uma posição ou serviço nunca desejados.

O Diácono, antes de mais nada, deve entender o processo de regeneração divina ocorrida em sua vida (justificação e santificação). Deve estar ávido por ser útil ao seu Senhor e ao seu irmão. Deve ter prazer em poder colaborar, mesmo que nas funções mais inglórias, para o crescimento do corpo de Cristo.

A diaconia não é função de uma pessoa em particular. É ministério de todo cristão.

Ser Diácono é ser servo, e isso não diz respeito exclusivamente a um grupo de homens (e mulheres), separados para ajudar na igreja. Ser servo é seguir a ordem do mestre, andando na contramão do mundo da competição selvagem.

Quero fazer uma pausa e propor uma reflexão.

Como você vê sua igreja?

Ela é como uma grande empresa em que os funcionários (obreiros) são estimulados a competir e mostrar que seus talentos são superiores aos demais, e que por isso merece uma promoção (consagração). Onde o faxineiro (diácono) é instruído que sua função é humilhante e pouco reconhecida e que deve galgar “postos” mais altos como supervisor (presbítero), gerente (sub-Pastor), até chegar à presidência da empresa (Pastor presidente ou Bispo)?

Ou é como um organismo vivo, onde cada pessoa, dentro de suas “habilidades” e dons presta serviço ao corpo de forma a garantir que todo ele funcione bem? Onde cada um trabalha dentro daquilo que o Senhor concedeu, não importando (nem existindo) se este cargo é maior ou mais importante que aquele? Onde o Diácono, a irmã que visita, o irmãozinho que evangeliza, tem tanto valor quanto o Presbítero que ensina, o Pastor que guia e preside?

O texto supracitado de Mateus 20.26, demonstra claramente que tipo de Reino Jesus veio inaugurar. Se do lado humano, no reino carnal, o maior é aquele que está em posição privilegiada e sendo servido por outros, no lado do Reino de Deus, os mais importantes são os que se doam, que se fazem como escravos (doulos) dos demais.

Há uma corrida por fama eclesiástica. Há uma disputa para ver qual “ministério” é mais poderoso. Penso que em breve as propagandas de anuncio de cultos seguirá o mesmo rumo das propagandas de lojas de eletrodomésticos: Venha para a explosão de milagres na igreja do Arcanjo Genésio, BOOM! PÁ! Aqui o fogo pega! CHUAAA!

Para com isso. Até onde vamos ter que suportar a falsificação do evangelho e a troca do tesouro no céu por promessas de nenhum valor?

Eu não quero a chave de um Iate, nem de uma mansão. Estou na igreja porque conheci aquele que tem a chave da morte e do inferno e não troco isso por nada.

Até quando vamos ter que ouvir mentiras partindo do púlpito onde a palavra que transforma deveria ter a primazia? Só falta agora usarem fogos de artifício e canhões laser no momento da pregação.

O Senhor nos chama para uma vida de serviço feliz em prol do Reino, trabalhando para o Pai e para os irmãos.

Se as igrejas não crescem como antes, não é porque os tempos mudaram e as formas de pregação devem se adequar, mas porque as prioridades são outras. As almas viraram clientes. A mensagem virou terapia. Os pastores agora são administradores. Os crentes agora são sócios. O evangelho foi reduzido à guia de crescimento financeiro e amoroso.

Mas, mesmo entre os mercadores da palavra, sobrevive uma igreja de diáconos, de servos que vão aos guetos, que pregam uma palavra genuína, que sofrem com os que sofrem, que choram as tristezas dos outros. Que amam sem esperar que sua vida vire Best Seler.

Basicamente, a diaconia na vida do cristão se aplica em atitudes como:

Hospitalidade:

Mateus 25.35.

“Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me...”

Assistência e Socorro:

Lucas 10.33-35.

“Mas um samaritano que ia de viagem chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão. E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele; E, partindo ao outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que de mais gastares eu to pagarei, quando voltar.”

Compaixão pelos perdidos:

Mateus 15.32.

“E Jesus, chamando os seus discípulos, disse: Tenho compaixão da multidão, porque já está comigo há três dias e não tem o que comer, e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho”.

•    Compaixão aqui, segundo Strong, é splagcnizomai é ser movido pelas entranhas; daí, ser movido pela compaixão; ter compaixão (pois se achava que as entranhas eram a sede do amor e da piedade)

Compaixão é um sentimento profundo que nos liga ao outro de tal maneira que somos capazes de sentir suas dores e alegrias, de nos identificar com o outro a tal ponto que tenhamos a coragem de nos dá inteiramente em prol da salvação e completude do outro. Paulo sente isso de tal forma que chega a escrever aos Coríntios, no capítulo 12 e versículo 15 dizendo:

“Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado”.

O mundo espera por uma igreja que demonstrará o amor de Cristo, servindo aos homens sem esperar nada em troca. Ajudando com ou sem câmeras gravando. Que promova a assistência aos menos abastados sem exigir sua afiliação a esta ou àquela denominação. Fazendo apenas para demonstrar um amor maior e inexplicável, como aquele que o pai revelou por nós. Assim, como filhos amados, mostremos ao mundo o amor de Deus, derramado em nossos corações.

DEMONSTRA O TEU AMOR A ALGUÉM!