quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Há algum sentido para a história? (Parte I)

Quando nós assistimos na TV tanto sofrimento, criminalidade, insegurança, corrupção, doenças incuráveis e tantos outros males da sociedade moderna uma pergunta pode surgir em nossa mente: Qual o sentido da história, por que estamos aqui? Da onde nós viemos e para onde iremos?

Existem duas visões humanistas da história: (1) A visão cíclica dos antigos gregos. A história não se move para uma meta. Não há esperança, não redenção. O que é, é o que foi, e o que foi, será. Não há uma consumação. (2) A visão do existencialismo ateu. A história é uma sucessão de fatos sem significado. Thomas More em seu livro Utopia antevê um tempo na terra em que o homem construiria um paraíso por suas próprias mãos. A brisa do otimismo chegou a soprar. Mas no século XX, assistimos duas sangrentas guerras mundiais e o otimismo humanista se desvaneceu. Há algum sentido para a história? Essa resposta encontra-se no livro escatológico do Apocalipse, e dividimos em três capítulos.

Nesse primeiro capítulo vamos tentar demonstrar que a resposta para o tema supra citado é SIM, pois ....

A História começa em Deus

O autor da História é Deus e não o homem. Não são os historiados que decifram os mistérios da História. Não são os filósofos que interpretam os segredos da História. Somente Deus pode dar sentido a História, porque ele é o criador da própria História.

No capítulo 4 do livro apocalíptico, o apóstolo João tem uma visão magnífica de Deus. Para João Deus possui o livro da História em sua mão. Ele o vê assentado sobre um trono no céu, e à volta do trono ele contempla 24 tronos, e assentados sobre eles 24 anciãos com coroas de ouro em suas cabeças, e prostrando-se diante daquele que está assentado sobre o trono declaravam:
“Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas”
João também vê quatro seres viventes com seis asas cada um, declarando “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, todo-poderoso, aquele que era, que é e que há de vir”. Depois disso João vê na mão direita daquele que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com 7 selos. De acordo com o comentarista George Ladd:
“A identificação mais fácil do rolo de João é que ele contem a profecia dos acontecimentos finais, incluindo a salvação do povo de Deus e o julgamento dos maus. Ela é o plano redentor de Deus para o desfecho da história humana, a derrota do mal e a reunião do povo redimido para gozar da benção do reino divino”
Então, um anjo no céu vocifera bem alto “quem é digno de abrir o livro e desatar-lhe os selos?”. João informa que nem no céu, nem na terra e nem debaixo da terra achou-se alguém digno para abrir o livro e desatar-lhe os sete selos, nem mesmo eles eram dignos de olhar para o livro; então o apóstolo começa chorar profundamente por isso. O choro de João é o nosso choro, o seu lamento é o nosso lamento, as suas lágrimas refletem as nossas lágrimas diante da incapacidade humana de dar propósito à sua própria existência, diante da impossibilidade de alguma criatura dar sentido à sua história particular ou de outrem; nem mesmo Miguel ou Gabriel, nem quaisquer um dos santos que estão na glória é capaz de dar sentido à história; ninguém na terra, nenhuma autoridade política, nenhum cientista, nenhum filósofo é capaz de dar sentido à história humana; nem mesmo Satanás ou quaisquer dos anjos caídos tem poder sobre a história; todavia, um dos 24 anciãos vira-se para João e diz: “não chores, pois o Leão de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos”. Então João observa no meio do trono e dos quatro seres viventes e dos 24 anciãos, um cordeiro como tendo sido morto. Ele possuía sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda terra. Então, o cordeiro veio e tomou o livro da mão direita daquele que estava assentado no trono. Dessa forma, o apóstolo do amor ensina que somente Cristo pode dar sentido à História humana, por duas razões simples: Em primeiro lugar: Jesus é Deus. João vê que o cordeiro possui sete chifres, sete olhos que são os Espíritos de Deus enviados por toda terra, segundo o comentarista Hernandes Dias Lopes, isso significa que Jesus possui, respectivamente, o perfeito poder, o perfeito conhecimento e a perfeita presença, em outras palavras, Ele é Onipotente, Onisciente e Onipresente. Somente Cristo pode dar sentido à História humana porque ele é Deus, ele é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o Primeiro e o Último; Ele é o Maravilhoso, o Conselheiro, o Deus Forte, Pai da Eternidade e o Príncipe da Paz; ele é a raiz de Davi, a geração de Jessé, a Estrela da Manhã; Ele é o Criador da História e todas as coisas foram feitas por meio d’Ele e nada do que existe sem ele seria feito; Ele é o resplendor da glória e a expressão exata do Ser de Deus, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, somente Jesus pode dar sentido à nossa história. Em segundo lugar: Jesus venceu na cruz. Ele só é o Leão da tribo de Judá, porque antes foi o cordeiro de Deus; na cruz os planos de Deus não estavam sendo frustrados, muito pelo contrário, a cruz é a base da vitória divina sobre o mundo, o pecado, o diabo e por último a morte. Cristo derrotou os poderes de Satanás em sua encarnação, morte e ressurreição. Ele participou da natureza humana “para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o Diabo, e livrasse a todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb. 2.14-15); Em Cl. 2.15 está escrito que Jesus despojou “[...] os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”. A vitória final do Messias está assegura e no fim Ele destruirá “todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convêm que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte.” (1Co. 15.24-26). Por isso os quatro seres viventes e os 24 anciãos declaram:
“Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra”. E também milhões de milhões e milhares de milhares de anjos proclamavam: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e gloria, e louvor.” E toda criatura, nos céus, na terra e debaixo da terra estavam clamando: “Àquele que está sentado no trono e ao cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos”

Há sentido sim para a História, porque ela foi criada por Deus, daí a necessidade dos homens de entregar as suas histórias nas mãos do Autor da História.

por Daniel Novaes

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