sábado, 19 de novembro de 2011

OUTRO DÍZIMO

“E agora, ó Israel, que é que o Senhor pede de ti, senão que temas o Senhor teu Deus, que andes em todos os seus caminhos e o ames, e sirvas ao Senhor  teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, para guardares os mandamentos do Senhor, e os seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem? Dt 10.12-13

Amanheceu o dia. A mulher corre para organizar o café da manhã e o homem vai até o quarto acordar o filho que vai à escola. Todos tem pouco tempo antes de sair e tomar seus rumos: o homem para seu trabalho, a mulher também, mas, antes precisam passar na escola para deixar o menino. Meio dia a corrida se inverte. Rápido porque o tempo de almoço é curto e ainda é preciso levar a criança para a casa da avó onde passará a tarde até a hora em que o casal sair de seus trabalhos, passarem para pegar a criança, voltar para casa, preparar o jantar e servi-lo, por o menino para dormir, dormir e dormir. No outro dia, tudo começará outra vez.

A rotina desgasta, frustra, cansa, anestesia. Estamos tão presos a ela que em alguns momentos nos esquecemos que somos humanos, habitando em um corpo humano, sujeito à limitações. Agimos como se o tempo fosse um inimigo tenebroso, lutamos contra ele. O tempo não é inimigo, ele assim se transveste para aqueles que não o tem ao seu lado, que não o utilizam com sabedoria.
Estamos cheios de obrigações a cumprir, e pomos tudo em um mesmo balaio.

Pagar as contas, fazer as compras, levar o filho ao médico, fechar um negócio, ligar para um cliente, cumprir uma carga horária, ir à igreja e, se der tempo, no fim do dia, falar umas duas palavrinhas com Deus na antessala do sono.

Nossas prioridades estão nos matando. Literalmente.

Estamos cada vez mais estressados. Temos problemas no coração, a pressão se altera facilmente, o colesterol só vive nas alturas, a diabetes é uma sombra incômoda, o stress nos acompanha a todo lugar que vamos, (mesmo quando nosso destino é a igreja). Gastrite, úlcera, herpes, depressão, síndrome do pânico; nossa sociedade se tornou um parque para as moléstias da vida contemporânea.
Por quê? Porque estamos invertendo as coisas. Vivemos para o trabalho quando deveríamos trabalhar para manter a vida. Estabelecemos padrões altíssimos como meta e sacrificamos tudo mais para alcançá-lo, mesmo que isso aconteça à custa da saúde ou da própria vida. Estamos buscando materializar as fantasias vendidas nas novelas, nos filmes e nos programas de TV e rádio e na ânsia por realizar os sonhos adquiridos (aqueles que na verdade não são seus, você os adotou depois de ser convencido pelo mercado), muitos põem em jogo sua honra e dignidade, corrompendo-se e aniquilando a única coisa que tinham de real valor: a honra do próprio nome. Como ensinou o Apóstolo Paulo a Timóteo:

“Mas, os que querem ficar ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e perdição”.

Uma vida feliz não precisa ser, necessariamente, aquela que sonhamos. Mas, é possível ser feliz, transformando nossa realidade a cada dia, só dependendo das prioridades que estabelecemos.  O que está no centro de minha vida? O que é mais importante: Onde quero chegar ou como quero chegar? Com que lentes lemos o mundo ao redor?

O texto de Deuteronômio é revelador no que diz respeito àquilo que deveria ser nossa prioridade. Deus chama seu povo para um concerto e lhes lembra agora as coisas simples que exigiu.

Temer, obedecer, amar e servir.
continua...

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